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Governo colombiano afirma que novo acordo com Farc é definitivo

Ainda não está definido se o novo acordo será referendado ou não

Colômbia: novo acordo após 40 dias da vitória do "não" (Nicolo Filippo Rosso/Bloomberg)

Colômbia: novo acordo após 40 dias da vitória do "não" (Nicolo Filippo Rosso/Bloomberg)

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EFE

Publicado em 15 de novembro de 2016 às 11h48.

Última atualização em 15 de novembro de 2016 às 18h14.

Bogotá - O novo acordo de paz assinado no sábado pelo governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) é o definitivo e resta definir somente a maneira como será referendado antes de sua implementação, disse nesta terça-feira o chefe negociador oficial, Humberto de la Calle.

"Este é o acordo final, realmente o que se segue é uma discussão sobre como referendá-lo", declarou De la Calle em entrevista coletiva na Casa de Nariño, sede do governo em Bogotá, onde explicou detalhes do pacto.

Segundo De la Calle, o anunciado no sábado em Havana é "um acordo realmente novo, autenticamente novo, que abrange mais de 80% das inquietações dos que votaram pelo 'não'" no referendo do último dia 2 de outubro.

Os promotores do "não", entre eles o ex-presidente Álvaro Uribe, disseram desde que se anunciou o novo acordo que o governo não deveria considerá-lo como definitivo, mas esperar que esse setor da sociedade e, especialmente organizações de vítimas, o lessem e dessem seu aval ao texto.

"Este é o acordo final, este é o acordo definitivo. Realmente não há espaço para uma nova negociação", reforçou De la Calle, que acrescentou que o novo texto é produto de longas jornadas de "trabalho minucioso com as Farc" em Cuba e "sobre esta base é preciso trabalhar".

Por sua parte, o Alto Comissariado para a Paz, Sergio Jaramillo - que também participou da entrevista coletiva, junto com De la Calle, os negociadores Frank Pearl e Roy Barreras, e o ministro do Interior, Juan Fernando Cristo -, destacou que "as Farc trabalharam com muita maturidade, com muito realismo político, ouvindo os colombianos".

As Farc "aceitaram uma quantidade de coisas que não é fácil para uma guerrilha aceitar", como reduzir várias das concessões que tinham obtido no acordo inicial assinado no dia 26 de setembro em Cartagena, acrescentou.

Em relação ao mecanismo para referendar o acordo, Cristo indicou que "tem que ser no menor tempo possível", para o que o presidente Juan Manuel Santos se reunirá a partir de hoje com as bancadas dos partidos políticos.

O que se procura é definir se a responsabilidade caberá ao Congresso ou se um novo referendo será convocado.

Entre as mudanças que contém o novo acordo, De la Calle ressaltou o compromisso das Farc de apresentar em um prazo de 180 dias o inventário de seus bens para reparar às vítimas do conflito, uma reivindicação da sociedade colombiana.

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