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Governo avisa que não pode evitar inundações em Bangcoc

O crescente fluxo de água desce com rapidez das 28 províncias que ficaram submersas

A Tailândia sofre as piores inundações dos últimos 50 anos (Paula Bronstein/Getty Images)

A Tailândia sofre as piores inundações dos últimos 50 anos (Paula Bronstein/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2011 às 09h32.

Bangcoc - A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, criticada pela gestão do desastre causado pela inundação no país, avisou nesta quinta-feira que o alagamento de partes de Bangcoc é inevitável.

Durante semanas, milhares de soldados apoiados por voluntários trabalharam sem parar nos subúrbios do norte e nordeste da cidade para reforçar os diques de proteção contra o crescente fluxo de água que desce com rapidez das 28 províncias que ficaram submersas.

'A água das inundações vem por todas as direções e não podemos controlá-la porque o fluxo é enorme', disse a chefe de governo em entrevista coletiva.

A Tailândia sofre as piores inundações dos últimos 50 anos. Os primeiros rios e pântanos começaram a transbordar há três meses com a chegada das chuvas. As províncias do norte e do planalto foram inundadas uma após a outra enquanto as autoridades locais tentavam atenuar a situação com medidas improvisadas e poucos recursos.

Pelo menos 320 pessoas morreram, mais de 10% do total da superfície dedicada à agricultura ficou arruinada e mais de mil de fábricas fecharam enquanto as águas seguiram seu curso natural em direção ao sul: até Bangcoc, onde o rio Chao Praya desemboca.

Até o momento, a maior parte de Bangcoc, onde comércios, hotéis e casas são protegidos com sacos de areia há dias, não registra maiores inundações, embora as defesas começam a ceder pela pressão da água.

'Não podemos bloquear a água para sempre. Quanto mais tempo bloqueamos, maior altura ela adquire', afirmou Shinawatra.

O governador de Bangcoc, Sukhumbhand Paribatra, ordenou a primeira evacuação de cerca de mil moradores da periferia da cidade na quarta-feira, depois de alertar que surgiam novas frentes de luta para evitar a inundação da capital.

A primeira-ministra, que assumiu o poder em agosto, qualificou as inundações como 'crise nacional' e 'problema arrasador'. De acordo com o Centro Nacional para a Prevenção de Desastres Naturais, mais de nove milhões de pessoas foram afetadas.

O ministro da Justiça e responsável pelo centro de crise criado pelo Governo, Pracha Phomok, disse ao canal estatal de televisão que o fluxo de água ameaça ultrapassar os diques de defesa da capital.

'Os moradores de Bangcoc me preocupam, porque se não conseguirmos controlar a situação ou diminuir toda a água que chega, existe a possibilidade de que nossa Bangcoc se inunde', afirmou.

Em Bangcoc, muitos moradores faziam reserva de água engarrafada nos supermercados por medo de que a corrente que fornece o serviço público se misture com a contaminada que desce das províncias inundadas.

Ao mesmo tempo em que a crise aumenta, aumentam também as críticas contra a primeira-ministra e seu Governo, por sua lenta resposta ao desastre, que em termos econômicos custará pelo menos US$ 3 bilhões ao país, um número que pode disparar se as inundações chegarem a Bangcoc, que representa 41% do total do Produto Interno Bruto (PIB).

A oposição, liderada pelo Partido Democrata, pediu ao Governo que declare estado de emergência para permitir que as forças de segurança controlem os grupos de desabrigados que acampam em rodovias e destroem diques para escoar a água de suas aldeias.

De acordo com dados do Ministério do Trabalho, pelo menos 14 mil negócios paralisaram sua atividade por causa dos danos das inundações e 663 mil trabalhadores estão temporariamente parados.

As águas ameaçam também alagar o aeroporto internacional de Suvarnabhumi e o aeroporto de voos nacionais de Don Muang, embora as autoridades afirmem que as defesas foram reforçadas e estão a salvo. 

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