Mundo

Governo autônomo da Catalunha convoca referendo independentista

Para o governo espanhol, a consulta soberanista é ilegal por ser contrária à Constituição

Catalunha: o governo espanhol deixou claro que adotará todas as medidas necessárias para impedi-la (Albert Gea/Reuters)

Catalunha: o governo espanhol deixou claro que adotará todas as medidas necessárias para impedi-la (Albert Gea/Reuters)

E

EFE

Publicado em 9 de junho de 2017 às 08h40.

Última atualização em 9 de junho de 2017 às 08h44.

Madri - O Governo da região da Catalunha anunciou nesta sexta-feira sua intenção de convocar, no dia 1º de outubro, um referendo sobre a independência desse território espanhol de 7,5 milhões de habitantes.

"Você quer que a Catalunha seja um Estado independente na forma de uma república?", é a pergunta que os nacionalistas catalães farão aos cidadãos, anunciou publicamente o presidente dessa região, Carles Puigdemont.

O Governo espanhol diz que essa consulta soberanista é ilegal por ser contrária à Constituição e deixou claro que adotará todas as medidas necessárias para impedi-la.

Na sua declaração, o chefe do Executivo catalão explicou que a convocação a feita "em exercício do legítimo direito à autodeterminação que tem uma nação milenar" como a Catalunha e assegurou que seu Governo "se compromete a aplicar" o resultado das urnas.

Puigdemont lembrou que há sete anos o Tribunal Constitucional (TC) espanhol rejeitou a reforma do Estatuto da Catalunha, norma máxima que rege a vida da região, aprovado pelo Parlamento Catalão e ratificado em referendo pelos cidadãos.

Desde então, as tentativas de diálogo entre o Governo catalão e o espanhol colheram uma "longa coleção de embates".

Com o anúncio da data e da pergunta a ser feita, Puigdemont cumpre sua promessa de trilhar uma via unilateral para a independência, após a recusa do Governo espanhol de Mariano Rajoy a negociar uma consulta sobre a independência da Catalunha.

O TC já anulou uma primeira tentativa de consulta soberanista, convocado pelo Governo catalão em novembro de 2014, após o que finalmente foi feita uma consulta informal, sem valor legal.

Os seus impulsionadores, entre eles o anterior chefe de Governo da Catalunha Artur Mas, foram processados e condenados a penas de inabilitação para cargo público.

Segundo Puigdemont, o TC espanhol é uma instituição "fortemente politizada" e "comprometida" com o governante Partido Popular (centro-direita) do presidente Mariano Rajoy.

Acompanhe tudo sobre:CatalunhaEspanhaGoverno

Mais de Mundo

Eleições na Venezuela: compare os planos de governo de Nicolás Maduro e Edmundo González Urrutia

Maduro convoca apoiadores para mobilização de votos de última hora

Venezuelanos protestam em Miami por não poderem votar nas eleições de seu país

Governo de Bangladesh restaura internet após protestos

Mais na Exame