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Governador mexicano renuncia após desaparecimento de jovens

Ángel Aguirre anunciou que deixará o cargo após o aumento dos protestos pelo desaparecimento de 43 estudantes

Governador do estado de Guerrero, no México, Ángel Aguirre, durante uma coletiva em Chilpancingo (Jorge Dan Lopez/Reuters)

Governador do estado de Guerrero, no México, Ángel Aguirre, durante uma coletiva em Chilpancingo (Jorge Dan Lopez/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2014 às 21h49.

Cidade do México - O governador do estado de Guerrero, no México, Ángel Aguirre, anunciou nesta quinta-feira que deixará o cargo após o aumento dos protestos pelo desaparecimento de 43 estudantes e a morte de seis pessoas por policiais há quase um mês.

Em mensagem para a imprensa em Chilpancingo, a capital de Guerrero, o político do Partido da Revolução Democrática (PRD, esquerda) disse que apresentava ao Congresso estadual sua solicitação de licença para "favorecer um clima político" que permita resolver a situação de emergência.

"A prioridade tem que ser continuar com as buscas dos jovens desaparecidos e garantir que os responsáveis por estas graves violações dos direitos humanos sejam punidos", acrescentou Aguirre.

Agora, explicou, o Congresso deverá escolher "responsavelmente" a pessoa que continuará à frente do governo de Guerrero até o fim de seu mandato em 2015.

Sua saída do poder era uma das principais reivindicações dos familiares dos 43 alunos da Escola Normal de Ayotzinapa, que desapareceram no dia 26 de setembro em Iguala, e de seus companheiros, que fizeram vários protestos para exigir o retorno dos jovens.

Nos últimos dias, as mobilizações ficaram mais violentas com ataques aos edifícios do governo estadual, do Congresso, das instalações do PRD e das prefeituras de Chilpancingo e Iguala.

"Esta é uma decisão responsável para continuar servindo ao povo e ao estado que me viu nascer, ao povo com o qual eu tenho uma dívida e ao qual dediquei grande parte da minha vida", afirmou o político do PRD, o mesmo partido do ex-prefeito de Iguala, José Luis Abarca, considerado um dos autores intelectuais dos incidentes do dia 26 de setembro.

Aguirre disse que trabalhou "incansavelmente até o dia de hoje" para punir os responsáveis e localizar os jovens desaparecidos.

Garantiu que "tomou medidas imediatas para prender os policiais diretamente envolvidos" e outros apontados como "cúmplices desses incidentes", assim como para localizar os jovens e oferecer auxílio a todas as vítimas.

Além disso, declarou que está "convencido que as características desses incidentes obrigavam uma intervenção do Governo Federal no estado, imediatamente informamos às instâncias competentes e solicitamos sua colaboração". Aguirre também assegurou ter informado às forças federais sobre "os antecedentes desses fatos".

O político adiantou que apresentará hoje um relatório detalhado de todas as suas ações para o Congresso do estado, o Legislativo federal, o ombudsman nacional e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Nos ataques de 26 de setembro morreram seis pessoas, 25 ficaram feridas e 43 estudantes desapareceram depois que foram detidos por policiais e entregues ao cartel Guerreros Unidos, segundo declarações de várias testemunhas.

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