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Genro de Trump é destaque em abertura da “Davos do Deserto”

Amanhã quem sobe ao palco é o presidente Jair Bolsonaro, que deve falar das mudanças na política econômica e dos setores mais propensos a investimentos

JARED KUSHNER NO PALCO, EM RIADE: “agora nossa equipe tem mais experiência com a política” / REUTERS/Hamad I Mohammed

JARED KUSHNER NO PALCO, EM RIADE: “agora nossa equipe tem mais experiência com a política” / REUTERS/Hamad I Mohammed

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2019 às 16h57.

Última atualização em 29 de outubro de 2019 às 16h58.

Mais de 6 mil pessoas passaram pelos salões do elegante hotel Ritz Carlton em Riade, na Arábia Saudita, onde começou nesta terça-feira o fórum Future Investment Initiative, também conhecido como Davos no Deserto. A conferência conta com a presença de cerca de 150 instituições financeiras e fundos de investimentos de diversos países.

Entre os convidados especiais deste ano, estão o presidente Bolsonaro, que irá fazer uma apresentação amanhã sobre oportunidades de investimento no Brasil, e Jared Kushner, assessor especial da Casa Branca, nos Estados Unidos.

Kushner atraiu os holofotes. Sua chegada foi esperada por dezenas de investidores, CEOs e autoridades governamentais, que se acotovelaram no local onde ele falaria para um público ansioso para ouvir o genro de Donald Trump sobre questões como a geopolítica no Oriente Médio, o papel dos Estados Unidos nesse cenário e as eleições americanas.

Kushner não foi muito além do óbvio. Disse que alguns países do Oriente Médio possuem recursos naturais, como o petróleo, e vontade de sobra para fazer mudanças importantes na área econômica. Ele citou especificamente a Arábia Saudita, para alegria da audiência, que pretende diversificar sua economia até 2030. “A Jordânia e os países do Golfo também têm caminhado muito nesse sentido”, afirmou.

Ele não deixou de abordar o clima eleitoral que já tomou conta dos Estados Unidos, mesmo um ano antes da data marcada para a escolha do próximo presidente do país. “A economia nunca esteve tão bem e agora nossa equipe tem mais experiência com a política, o que nos ajuda”, disse. “Só falta fazer com que os empregos voltem para os Estados Unidos, junto com as empresas que preferiram deslocar a produção para outros países”.

Kushner sinalizou que a disputa tarifária com a China não deve acabar tão cedo. “Essa questão foi negligenciada por muito tempo e agora o problema está sendo atacado de frente”, afirmou.

Outra estrela do primeiro dia do evento, que vai até quinta-feira, foi o presidente do Banco Mundial, David Malpass. Ele destacou a importância dos investimentos do International Finance Corporation (IFC), braço financeiro da instituição, em países em desenvolvimento. No último ano fiscal, encerrado em junho deste ano, o IFC investiu cerca de 2,5 bilhões de dólares no Brasil.

Os recursos foram destinados principalmente ao setor de infraestrutura. “A intenção é continuar realizando esse tipo de aporte em países que precisam erguer sua economia e reduzir a desigualdade”, afirmou. “Um dos maiores desafios do banco é ajudar a elevar a condição das mulheres e promover a educação em lugares onde impera a pobreza”.

A declaração, não custa lembrar, foi dada na Arábia Saudita, um país onde até pouco tempo atrás as mulheres não podiam nem dirigir.

Amanhã, Bolsonaro deve se dirigir a uma plateia formada por empresários, gestores de fundos de investimentos e representantes de órgãos governamentais da Arábia Saudita e de outros países.

A previsão é que o presidente fale do ambiente de negócios no Brasil, das mudanças na política econômica e dos setores mais propensos a atrair investimentos. O desafio vai ser atrair tanta atenção quanto o gênio de seu modelo na política, Donald Trump.

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