Gabinete sírio renuncia após onda de protestos no país
A iniciativa, porém, não deve satisfazer os manifestantes, já que o gabinete ministerial tem pouca autoridade na Síria
Da Redação
Publicado em 29 de março de 2011 às 17h35.
Damasco - O presidente da Síria, Bashar al-Assad, aceitou a renúncia de seu gabinete na terça-feira depois de quase duas semanas de levante pró-democracia. Os protestos são o desafio mais sério enfrentado pelo seu regime, há 11 anos no poder.
A iniciativa, porém, não deve satisfazer os manifestantes, já que o gabinete ministerial tem pouca autoridade na Síria. O poder neste país concentra-se nas mãos de Assad, de sua família e do aparato de segurança.
Dezenas de milhares de sírios participaram de manifestações pró-governo na terça-feira, aguardando um discurso de Assad, no qual ele deve anunciar a decisão de suspender as leis de emergência que têm servido para esmagar a dissensão há quase 50 anos.
Essa é uma demanda crucial das manifestações antigoverno, nas quais mais de 60 pessoas morreram.
"O presidente Assad aceita a renúncia do governo", disse a agência de notícias estatal Sana, acrescentando que Naji al-Otari, primeiro-ministro desde 2003, permaneceria no cargo até a formação do novo governo.
Inicialmente os manifestantes limitavam suas exigências apenas a uma liberdade maior. Mas, estimulados cada vez mais pela repressão contra eles, especialmente na cidade de Deraa, no sul, onde os protestos começaram, agora pedem pela "queda do regime".
Os brados ecoam os das insurreições que varrem o mundo árabe desde janeiro e derrubaram os presidente da Tunísia e do Egito e motivaram os rebeldes a lutar contra o líder líbio, Muammar Gaddafi.
A televisão estatal síria mostrou pessoas em Damasco, a capital síria, e nas cidades de Aleppo, Hama e Hasaka acenando a bandeira nacional, fotos de Assad e cantando "Deus, Síria, Bashar".
"Notícia urgente: a conspiração fracassou!", dizia uma faixa, ecoando as acusações do governo de que elementos estrangeiros e gangues armadas estariam por trás do levante. "Com o nosso sangue e nossas almas protegeremos a união nacional", dizia outra.
Funcionários e membros de sindicatos controlados pelo Partido Baath, de Assad, que está no poder desde um golpe em 1963, afirmaram que receberam ordens de participar dos comícios, onde a polícia de segurança marcou uma forte presença.
Todas as reuniões e manifestações não promovidas pelo Estado são proibidas na Síria, país de 22 milhões de habitantes do Oriente Médio.
As organizações de mídia operam na Síria sob restrições. O governo expulsou três jornalistas da Reuters nos últimos dias -- o correspondente estrangeiro sênior da agência em Damasco e depois uma equipe de televisão composta por dois homens, que foram detidos por dois dias antes de serem deportados para a sua base, no Líbano.
Damasco - O presidente da Síria, Bashar al-Assad, aceitou a renúncia de seu gabinete na terça-feira depois de quase duas semanas de levante pró-democracia. Os protestos são o desafio mais sério enfrentado pelo seu regime, há 11 anos no poder.
A iniciativa, porém, não deve satisfazer os manifestantes, já que o gabinete ministerial tem pouca autoridade na Síria. O poder neste país concentra-se nas mãos de Assad, de sua família e do aparato de segurança.
Dezenas de milhares de sírios participaram de manifestações pró-governo na terça-feira, aguardando um discurso de Assad, no qual ele deve anunciar a decisão de suspender as leis de emergência que têm servido para esmagar a dissensão há quase 50 anos.
Essa é uma demanda crucial das manifestações antigoverno, nas quais mais de 60 pessoas morreram.
"O presidente Assad aceita a renúncia do governo", disse a agência de notícias estatal Sana, acrescentando que Naji al-Otari, primeiro-ministro desde 2003, permaneceria no cargo até a formação do novo governo.
Inicialmente os manifestantes limitavam suas exigências apenas a uma liberdade maior. Mas, estimulados cada vez mais pela repressão contra eles, especialmente na cidade de Deraa, no sul, onde os protestos começaram, agora pedem pela "queda do regime".
Os brados ecoam os das insurreições que varrem o mundo árabe desde janeiro e derrubaram os presidente da Tunísia e do Egito e motivaram os rebeldes a lutar contra o líder líbio, Muammar Gaddafi.
A televisão estatal síria mostrou pessoas em Damasco, a capital síria, e nas cidades de Aleppo, Hama e Hasaka acenando a bandeira nacional, fotos de Assad e cantando "Deus, Síria, Bashar".
"Notícia urgente: a conspiração fracassou!", dizia uma faixa, ecoando as acusações do governo de que elementos estrangeiros e gangues armadas estariam por trás do levante. "Com o nosso sangue e nossas almas protegeremos a união nacional", dizia outra.
Funcionários e membros de sindicatos controlados pelo Partido Baath, de Assad, que está no poder desde um golpe em 1963, afirmaram que receberam ordens de participar dos comícios, onde a polícia de segurança marcou uma forte presença.
Todas as reuniões e manifestações não promovidas pelo Estado são proibidas na Síria, país de 22 milhões de habitantes do Oriente Médio.
As organizações de mídia operam na Síria sob restrições. O governo expulsou três jornalistas da Reuters nos últimos dias -- o correspondente estrangeiro sênior da agência em Damasco e depois uma equipe de televisão composta por dois homens, que foram detidos por dois dias antes de serem deportados para a sua base, no Líbano.