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Fundador de seita sexual pode ser condenado à prisão perpétua nos EUA

Keith Raniere, que foi declarado culpado e terá pena anunciada em setembro, é acusado de obrigar mulheres da organização a manterem relações sexuais com ele

Keith Raniere: fundador de seita foi considerado culpado (YouTube/Reprodução)

Keith Raniere: fundador de seita foi considerado culpado (YouTube/Reprodução)

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AFP

Publicado em 19 de junho de 2019 às 20h36.

Última atualização em 19 de junho de 2019 às 20h37.

O guru americano Keith Raniere foi declarado culpado nesta quarta-feira de todas as acusações envolvendo sua liderança em um grupo onde havia escravas sexuais.

O homem de 58 anos foi considerado culpado de tráfico sexual, extorsão, organização criminosa, ameaça e abuso de menores, e pode ser condenado à prisão perpétua.

A pena será anunciada no próximo dia 25 de setembro.

Raniere dissimulava seus crimes por meio de uma organização de fachada criada em 2003, a Nxivm, cuja missão oficial era promover uma maior realização pessoal de seus membros.

Desde o início da seita, o guru mantinha sob sua influência um grupo de entre 15 e 20 mulheres, com as quais mantinha relações sexuais. A mais nova tinha apenas 15 anos.

Em 2015, criou uma organização paralela piramidal, chamada DOS, que se dividia em "escravas" e "mestras". Todos os membros da seita eram mulheres, exceto o guru.

As "escravas" tinham que manter relações sexuais com Raniere cada vez que o guru desejasse.

Antes de serem aceitas como "escravas", as mulheres precisavam entregar elementos comprometedores ao guru, como fotos, cartas e documentos, que a organização ameaçava publicar caso abandonassem o DOS.

Algumas vítimas foram marcadas com ferro quente com um símbolo que representava as iniciais do guru.

"Este julgamento mostrou que Raniere, que se apresentava como um gênio, era na realidade um mestre da manipulação, um golpista e o líder de uma organização criminosa", declarou o promotor federal do Brooklyn, Richard Donoghue.

"Este criminoso e seus cúmplices destruíram casamentos, carreiras, patrimônios e vidas".

Outras cinco pessoas foram denunciadas no caso, mas se declararam culpadas e evitaram o julgamento, incluindo a atriz Allison Mack e a herdeira da companhia de bebidas Seagram, Clare Bronfman.

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