Imigrantes: supostos abusos aconteceram quando Pacheco trabalhava como cuidador juvenil na Casa Kokopelli da companhia Southwest Key em Mesa, no Arizona (Daniel Becerril/Reuters)
AFP
Publicado em 3 de agosto de 2018 às 20h02.
O funcionário de um abrigo para menores migrantes nos Estados Unidos enfrenta acusações de abuso sexual contra oito adolescentes reclusos ali há dois anos.
Levian Pacheco, que é HIV positivo, foi acusado de ter mantido contato sexual abusivo e cometido abuso sexual contra os adolescentes com idades entre 15 e 17 anos.
"As acusações incluem que o acusado tocou seis das vítimas nos genitais e que fez sexo oral em duas das vítimas, assim como tentou colocar o pênis de uma das vítimas dentro do seu ânus. Alega-se que ele cometeu estas agressões com intenção sexual", destaca um documento jurídico ao qual a AFP teve acesso nesta sexta-feira (3).
Os abusos foram praticados entre 29 de agosto de 2016 e 24 de junho de 2017, quando Pacheco trabalhava como cuidador juvenil na Casa Kokopelli da companhia Southwest Key em Mesa, no Arizona, onde estes jovens, que chegaram desacompanhados aos Estados Unidos, foram detidos.
"As vítimas estavam sob a custódia, a supervisão e a disciplina do acusado", indicou a promotoria.
Pacheco, de 25 anos, nega as acusações.
"Qualquer funcionário acusado de abuso é imediatamente suspenso e as autoridades são contatadas. Foi o que aconteceu neste caso", disse à AFP Jeff Eller, porta-voz da Southwest Key, por e-mail.
Segundo o site de notícias ProPublica, que revelou o caso, outro funcionário da Southwest Key, Fernando Magaz Negrete, de 32 anos, foi detido esta semana sob suspeita de ter abusado de uma menina de 14 anos, segundo a imprensa local.
Magaz, que trabalhava em um abrigo em Phoenix, Arizona, foi acusado de tocar sobre a roupa a região dos seios e a parte interna da perna da vítima no dormitório que compartilhava com outros menores.
Outro funcionário da mesma companhia foi condenado em 2015, também por um caso de abuso sexual.
"Nosso foco será sempre a segurança e os melhores interesses de cada criança", disse uma porta-voz do escritório de crianças e famílias do Departamento de Saúde e Serviço Social.
Segundo o ProPublica, a Southwest Key, sediada no Texas, recebeu 1,3 bilhão de dólares nos últimos cinco anos, incluindo mais de US$ 500 milhões para este ano.
Vários de seus abrigos receberam os milhares de menores que foram separados de seus familiares ao cruzar a fronteira com os Estados Unidos, como parte da política de "tolerância zero" do governo do presidente Donald Trump.