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Fronteira das Irlandas não deve ter restrições, diz May

O fato de a Irlanda do Norte ter votado a favor da permanência da UE levou à realização de um referendo sobre a unificação das duas Irlandas

Theresa May: "certamente, a Irlanda do Norte terá uma fronteira com a República da Irlanda, que seguirá sendo membro da UE" (Andrew Yates / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2016 às 12h19.

Dublin - A primeira-ministra do Reino Unido , Theresa May, se comprometeu nesta segunda-feira a buscar uma "solução prática" para que a fronteira entre Irlanda do Norte e a República da Irlanda não recuperem as restrições impostas durante o conflito.

A líder conservadora deu as declarações em Belfast, onde iniciou hoje sua primeira visita à região desde que assumiu o cargo de chefe do governo britânico há 12 dias.

May reiterou que seu governo tratará de conseguir um acordo que beneficie os interesses de todo o Reino Unido, além de ter afirmado que o governo da Irlanda do Norte estará envolvido nas conversas para preparar a negociação com a União Europeia ( UE ) sobre a saída.

A primeira-ministra se reuniu hoje com a ministra principal da Irlanda do Norte, a unionista Arlene Forster, e seu adjunto no governo autônomo de poder compartilhado entre protestantes e católicos, o republicano Martin McGuinness.

Foster e McGuinness mantêm posições opostas com relação ao "Brexit". A ministra principal fez campanha a favor da ruptura do UE no referendo do último dia 23 de junho. Já o político do partido Sinn Féin defendia a permanência do Reino Unido no bloco europeu.

Apesar de o Reino Unido em conjunto ter apoiado o "Brexit", a Irlanda do Norte, assim como a Escócia, votou a favor da permanência da UE, o que levou McGuinness a pedir a realização de um referendo sobre a unificação das duas Irlandas.

"Se olharmos para futuro, o que vai ocorrer quando o Reino Unido deixar a UE é que, certamente, a Irlanda do Norte terá uma fronteira com a República da Irlanda, que seguirá sendo membro da UE", disse.

May lembrou que a livre circulação de bens e pessoas entre ambas as regiões existe desde a década de 1920, com a criação da chamada Área de Circulação Comum (CTA, na sigla em inglês), muito antes de o Reino Unido cogitar entrar na UE.

"Ninguém quer uma volta às fronteiras do passado. O que temos que fazer é achar uma solução que seja prática para todo mundo. Devemos assegurar que a saída do Reino Unido é um sucesso", disse May.

May também insistiu que o "Brexit" não afetará o processo de paz norte-irlandês, apesar de ter reconhecido que a Irlanda do Norte é um "caso particular" em matéria econômica e de segurança por sua situação na fronteira com a Irlanda.

O primeiro-ministro da Irlanda, Enda Kenny, também acredita que os interesses de sua região passam pelo Reino Unido, seu principal comercial, manter uma relação "mais estreita possível" com a UE, o que se traduziria em manter o acesso ao mercado único.

No entanto, a Irlanda entende que a UE deixou perfeitamente claro que, se fizer essa concessão, o Reino Unido deverá respeitar o direito à livre circulação de cidadãos comunitários. EFE

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Dublin - A primeira-ministra do Reino Unido , Theresa May, se comprometeu nesta segunda-feira a buscar uma "solução prática" para que a fronteira entre Irlanda do Norte e a República da Irlanda não recuperem as restrições impostas durante o conflito.

A líder conservadora deu as declarações em Belfast, onde iniciou hoje sua primeira visita à região desde que assumiu o cargo de chefe do governo britânico há 12 dias.

May reiterou que seu governo tratará de conseguir um acordo que beneficie os interesses de todo o Reino Unido, além de ter afirmado que o governo da Irlanda do Norte estará envolvido nas conversas para preparar a negociação com a União Europeia ( UE ) sobre a saída.

A primeira-ministra se reuniu hoje com a ministra principal da Irlanda do Norte, a unionista Arlene Forster, e seu adjunto no governo autônomo de poder compartilhado entre protestantes e católicos, o republicano Martin McGuinness.

Foster e McGuinness mantêm posições opostas com relação ao "Brexit". A ministra principal fez campanha a favor da ruptura do UE no referendo do último dia 23 de junho. Já o político do partido Sinn Féin defendia a permanência do Reino Unido no bloco europeu.

Apesar de o Reino Unido em conjunto ter apoiado o "Brexit", a Irlanda do Norte, assim como a Escócia, votou a favor da permanência da UE, o que levou McGuinness a pedir a realização de um referendo sobre a unificação das duas Irlandas.

"Se olharmos para futuro, o que vai ocorrer quando o Reino Unido deixar a UE é que, certamente, a Irlanda do Norte terá uma fronteira com a República da Irlanda, que seguirá sendo membro da UE", disse.

May lembrou que a livre circulação de bens e pessoas entre ambas as regiões existe desde a década de 1920, com a criação da chamada Área de Circulação Comum (CTA, na sigla em inglês), muito antes de o Reino Unido cogitar entrar na UE.

"Ninguém quer uma volta às fronteiras do passado. O que temos que fazer é achar uma solução que seja prática para todo mundo. Devemos assegurar que a saída do Reino Unido é um sucesso", disse May.

May também insistiu que o "Brexit" não afetará o processo de paz norte-irlandês, apesar de ter reconhecido que a Irlanda do Norte é um "caso particular" em matéria econômica e de segurança por sua situação na fronteira com a Irlanda.

O primeiro-ministro da Irlanda, Enda Kenny, também acredita que os interesses de sua região passam pelo Reino Unido, seu principal comercial, manter uma relação "mais estreita possível" com a UE, o que se traduziria em manter o acesso ao mercado único.

No entanto, a Irlanda entende que a UE deixou perfeitamente claro que, se fizer essa concessão, o Reino Unido deverá respeitar o direito à livre circulação de cidadãos comunitários. EFE

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