Paris - O novo presidente da França, François Hollande, ressaltou nesta terça-feira sua intenção de abrir "uma nova via" na Europa, em seu primeiro discurso após assumir oficialmente como chefe de Estado.

"Para superar a crise que nos afeta, a Europa precisa de crescimento e solidariedade", assinalou o novo líder francês, que prometeu propor aos parceiros europeus "um novo pacto" para unir a necessária redução do gasto público ao "indispensável estímulo da economia".

Contribuir para a paz no mundo e mobilizar todas as forças do país foram outros dos propósitos assinalados para estes cinco anos de mandato, nos quais prometeu exercer o poder com dignidade e exemplaridade.

O socialista insistiu que "em um mundo tão instável" é preciso proteger não só os valores, mas também os interesses, e fez referência à necessidade de "reciprocidade" nas trocas comerciais da União Europeia com o exterior.

Nesse ato solene, no qual o presidente do Conselho Constitucional, Jean-Louis Debré, lhe comunicou oficialmente a transferência de poder, Hollande disse ser consciente da difícil situação do país, com "uma dívida em massa, um crescimento débil, um desemprego elevado, uma competitividade degradada e uma Europa com dificuldade para sair da crise".

Ainda assim, o novo presidente ressaltou que não há motivo para a "fatalidade" se a França fizer uso de toda a sua capacidade, citando a produtividade dos trabalhadores, a excelência dos pesquisadores, o dinamismo dos empresários e a qualidade dos serviços públicos.

"O país necessita de tranquilidade e reconciliação, e é o papel do presidente da República contribuir para que todos os franceses vivam juntos sem distinção", avaliou Hollande, que em 6 de maio venceu as eleições com 51,6% dos votos.

O novo presidente insistiu que "a lealdade, a competência e o serviço do interesse geral serão os únicos critérios" levados em conta para tomar suas decisões, entre as quais pôs como primeira condição a recuperação da confiança e a unidade da nação.

A cerimônia começou pouco antes das 10h locais (5h de Brasília) com a entrada do ainda presidente eleito pelo pátio de honra e sua passagem pelo longo tapete vermelho estendido até a escadaria principal, na qual foi recebido pelo presidente em fim de mandato, Nicolas Sarkozy.

Sarkozy, acompanhado por sua mulher, Carla Bruni, saiu do Eliseu por esse mesmo tapete vermelho pouco antes de ter início o ato oficial de posse, depois de ter mantido com seu sucessor uma reunião de meia hora.