Francisco inicia pontificado e promete servir mais frágeis
No discurso da missa inaugural, o papa prometeu servir com humildade a uma Igreja Católica que enfrenta desafios e escândalos
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2013 às 13h58.
Cidade do Vaticano - O Papa Francisco inaugurou nesta terça-feira seu pontificado com uma mensagem em favor da paz e da defesa dos mais frágeis, um discurso que promete servir com humildade a uma Igreja Católica que enfrenta desafios.
Diante de dezenas de milhares de fiéis - entre 150.000 e 200.000, de acordo com o Vaticano - e governantes de todo o mundo que se reuniram na Praça de São Pedrou para a missa de inauguração, o primeiro Papa sul-americano fixou em sua homilia as linhas de seu pontificado
"Nunca esqueçamos que o verdadeiro poder é o serviço e que também o Papa, para exercer o poder, deve entrar cada vez mais neste serviço que tem seu cume luminoso na cruz, deve colocar seus olhos no serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para proteger todo o povo de Deus e acolher com afeto e ternura toda a humanidade, especialmente os mais pobres, frágeis, os pequenos", afirmou com simplicidade.
Diante de uma praça lotada, com a presença de 31 chefes de Estado, Francisco pediu a "todos os que ocupam postos de responsabilidade no âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos 'custódios' da criação, do desígnio de Deus, inscrito na natureza, guardiães do outro, do meio ambiente; não deixemos que os sinais de destruição e morte guiem o caminho deste nosso mundo".
E citou São Francisco de Assis, o santo que inspirou seu nome pela defesa dos pobres e da paz, para pedir "respeito à criaturas de Deus", citando as crianças, os idosos, "que são mais frágeis e que geralmente ficam na periferia de nosso coração".
Vestido com uma simples casula sobre a batina branca, pediu a proteção do "entorno em que vivemos".
O Papa argentino, que recordou seu "venerado predecessor", o papa emérito Bento XVI, o primeiro pontífice da era moderna que renunciou ao cargo, mencionou também João Paulo II e pediu aos membros da Igreja que se inspirem em São José, "um homem forte, corajoso e trabalhador", mas de "grande ternura".
"Não devemos ter medo da bondade, da ternura", disse, para os aplausos das entre 100.000 e 150.000 pessoas presentes, segundo o Vaticano.
No início da missa, o Papa Francisco recebeu o pálio (longo manto) de lã branca com seis cruzes, que pertenceu ao predecessor Bento XVI, e o simples anel do Pescador de prata que escolheu para seu pontificado.
Na capital argentina Buenos Aires, cidade da qual o novo Papa era arcebispo até semana passada, uma multidão emocionada acompanhava a cerimônia ao vivo em telões.
Antes de iniciar esta histórica jornada, o Papa Francisco enviou uma mensagem em espanhol aos compatriotas argentinos reunidos em uma vigília. Ele pediu que "deixem de lado o ódio e a inveja" e "não temam a Deus, que sempre perdoa".
Passeio em papamóvel aberto
A popularidade do novo pontífice foi mais uma vez comprovada durante seu percurso de papamóvel pela praça antes da missa solene.
Francisco utilizou um jipe branco totalmente aberto e saudou, sorridente, os fiéis entusiasmados que o aclamavam em meio a um mar de bandeiras, muitas delas de países latino-americanos.
Antes de presidir a missa, Francisco ? o primeiro pontífice latino-americano e o primeiro jesuíta ? rezou diante do túmulo de São Pedro, o pai da Igreja, situado debaixo do altar-mor da basílica, acompanhado por una dezena de representantes das igrejas católicas orientais.
O Sumo Pontífice se reuniu em seguida com os 180 concelebrantes. Todos caminharam em procissão até o altar erguido do lado fora da praça com o canto do "Laudes Regiae", uma litania de invocação em honra a Cristo.
A missa, em latim e grego para recordar as igrejas do Oriente e Ocidente, incluiu também leituras em idiomas como inglês ou espanhol.
Pela primeira vez desde sua eleição na semana passada, o Papa não saiu do roteiro da cerimônia solene, marcada por um rígido esquema de segurança.
Depois da missa, o Papa retornou à basílica, que tinha uma bandeira branca sem o escudo papal, para retirar os ornamentos litúrgicos e receber as 132 delegações estrangeiras.
Entre os dirigentes, estava a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que trocou breves palavras com o novo pontífice.
O Papa emérito, Bento XVI, que, depois de sua histórica renúncia no mês passado, se mudou para a residência de veraneio de Castelgandolfo, receberá a visita do Papa Francisco no próximo sábado.
Neste seu primeiro dia oficial como Papa, Francisco enviou mais dois tweets, nos quais pede aos fiéis que respeitem a criação e explica que sua missão como pontífice será "servir a todos".
"Guardemos Cristo na nossa vida, cuidemos uns dos outros, guardemos a criação com amor", escreveu o novo Papa em sua conta @Pontifex.
"O verdadeiro poder é o serviço. O Papa deve servir a todos, especialmente aos mais pobres, aos mais fracos, aos mais pequeninos", afirma a mensagem de 140 caracteres.
Cidade do Vaticano - O Papa Francisco inaugurou nesta terça-feira seu pontificado com uma mensagem em favor da paz e da defesa dos mais frágeis, um discurso que promete servir com humildade a uma Igreja Católica que enfrenta desafios.
Diante de dezenas de milhares de fiéis - entre 150.000 e 200.000, de acordo com o Vaticano - e governantes de todo o mundo que se reuniram na Praça de São Pedrou para a missa de inauguração, o primeiro Papa sul-americano fixou em sua homilia as linhas de seu pontificado
"Nunca esqueçamos que o verdadeiro poder é o serviço e que também o Papa, para exercer o poder, deve entrar cada vez mais neste serviço que tem seu cume luminoso na cruz, deve colocar seus olhos no serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para proteger todo o povo de Deus e acolher com afeto e ternura toda a humanidade, especialmente os mais pobres, frágeis, os pequenos", afirmou com simplicidade.
Diante de uma praça lotada, com a presença de 31 chefes de Estado, Francisco pediu a "todos os que ocupam postos de responsabilidade no âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos 'custódios' da criação, do desígnio de Deus, inscrito na natureza, guardiães do outro, do meio ambiente; não deixemos que os sinais de destruição e morte guiem o caminho deste nosso mundo".
E citou São Francisco de Assis, o santo que inspirou seu nome pela defesa dos pobres e da paz, para pedir "respeito à criaturas de Deus", citando as crianças, os idosos, "que são mais frágeis e que geralmente ficam na periferia de nosso coração".
Vestido com uma simples casula sobre a batina branca, pediu a proteção do "entorno em que vivemos".
O Papa argentino, que recordou seu "venerado predecessor", o papa emérito Bento XVI, o primeiro pontífice da era moderna que renunciou ao cargo, mencionou também João Paulo II e pediu aos membros da Igreja que se inspirem em São José, "um homem forte, corajoso e trabalhador", mas de "grande ternura".
"Não devemos ter medo da bondade, da ternura", disse, para os aplausos das entre 100.000 e 150.000 pessoas presentes, segundo o Vaticano.
No início da missa, o Papa Francisco recebeu o pálio (longo manto) de lã branca com seis cruzes, que pertenceu ao predecessor Bento XVI, e o simples anel do Pescador de prata que escolheu para seu pontificado.
Na capital argentina Buenos Aires, cidade da qual o novo Papa era arcebispo até semana passada, uma multidão emocionada acompanhava a cerimônia ao vivo em telões.
Antes de iniciar esta histórica jornada, o Papa Francisco enviou uma mensagem em espanhol aos compatriotas argentinos reunidos em uma vigília. Ele pediu que "deixem de lado o ódio e a inveja" e "não temam a Deus, que sempre perdoa".
Passeio em papamóvel aberto
A popularidade do novo pontífice foi mais uma vez comprovada durante seu percurso de papamóvel pela praça antes da missa solene.
Francisco utilizou um jipe branco totalmente aberto e saudou, sorridente, os fiéis entusiasmados que o aclamavam em meio a um mar de bandeiras, muitas delas de países latino-americanos.
Antes de presidir a missa, Francisco ? o primeiro pontífice latino-americano e o primeiro jesuíta ? rezou diante do túmulo de São Pedro, o pai da Igreja, situado debaixo do altar-mor da basílica, acompanhado por una dezena de representantes das igrejas católicas orientais.
O Sumo Pontífice se reuniu em seguida com os 180 concelebrantes. Todos caminharam em procissão até o altar erguido do lado fora da praça com o canto do "Laudes Regiae", uma litania de invocação em honra a Cristo.
A missa, em latim e grego para recordar as igrejas do Oriente e Ocidente, incluiu também leituras em idiomas como inglês ou espanhol.
Pela primeira vez desde sua eleição na semana passada, o Papa não saiu do roteiro da cerimônia solene, marcada por um rígido esquema de segurança.
Depois da missa, o Papa retornou à basílica, que tinha uma bandeira branca sem o escudo papal, para retirar os ornamentos litúrgicos e receber as 132 delegações estrangeiras.
Entre os dirigentes, estava a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que trocou breves palavras com o novo pontífice.
O Papa emérito, Bento XVI, que, depois de sua histórica renúncia no mês passado, se mudou para a residência de veraneio de Castelgandolfo, receberá a visita do Papa Francisco no próximo sábado.
Neste seu primeiro dia oficial como Papa, Francisco enviou mais dois tweets, nos quais pede aos fiéis que respeitem a criação e explica que sua missão como pontífice será "servir a todos".
"Guardemos Cristo na nossa vida, cuidemos uns dos outros, guardemos a criação com amor", escreveu o novo Papa em sua conta @Pontifex.
"O verdadeiro poder é o serviço. O Papa deve servir a todos, especialmente aos mais pobres, aos mais fracos, aos mais pequeninos", afirma a mensagem de 140 caracteres.