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Francisco deslumbra os EUA no primeiro ano de papado

Avaliação dos católicos americanos sobre Francisco já é superior à máxima que Bento XVI

Papa Francisco: avaliação dos católicos americanos sobre Francisco já é superior à máxima que Bento XVI (AFP)
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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2014 às 10h29.

Washington - O papa Francisco deslumbrou os Estados Unidos , o quarto país com mais católicos do mundo, e sua popularidade começa a transcender o âmbito religioso às vésperas de completar o primeiro aniversário de papado no próximo dia 13 de março.

Suas intenções agradam, suas palavras convencem e suas reformas são aplaudidas: o discurso do primeiro pontífice latino-americano da história calou fundo entre os católicos americanos, mas também entre os que não são.

'É fascinante sua capacidade de envolver e atrair um amplo espectro de pessoas', comentou à Agência Efe Thomas Groome, presidente do Departamento de Educação Religiosa e Ministério Pastoral e professor de Teologia do Boston College.

Groome explicou que Francisco deu 'um toque latino' ao pontificado, uma 'lufada de ar fresco' e mudou o estado de ânimo da Igreja, apesar de ressaltar que sua influência não se limita a quem professa a religião.

Começando pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que visitará o Vaticano no próximo dia 27, muitos políticos citaram as ideias do papa.

Ele foi tomado como modelo por congressistas tão díspares como o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, autodeclarado mórmon; o congressista republicano Paul Ryan, católico, e o senador independente Bernard Sanders, judeu.

Uma percentagem de 85% dos católicos dos Estados Unidos tem uma visão positiva do papa e na população geral sua aprovação é de 65%, segundo uma pesquisa publicada agora em março pelo Centro de Pesquisas Pew.

A avaliação dos católicos americanos sobre Francisco já é superior à máxima que Bento XVI teve, 83% em 2008, após sua visita a Washington e Nova York, mas não chegou ainda aos níveis de João Paulo II, que superou em vários momentos os 90%.


No entanto, o estilo de Francisco, o discurso humilde e centrado na pobreza, combinado às reformas no Vaticano, ganhou adeptos em um país onde se estima que haja cerca de 77 milhões de católicos, aproximadamente um quarto da população americana.

E a admiração pelo pontífice nos Estados Unidos ainda poderia crescer mais se, como está previsto, comparecer ano que vem ao Encontro Mundial das Famílias que acontecerá na Filadélfia.

'A mensagem do papa Francisco é muito simples: é um homem que fala de compaixão, de clemência, que cuida dos oprimidos. Está menos preocupado com a doutrina e mais com a evangelização', comentou Groome.

O presidente da Rede Católica Nacional de Pastoral Juvenil Hispânica, Alejandro López-Cardinale, afirmou à Efe que muitos jovens percebem que o papa se refere a sua realidade 'não somente com palavras, mas também com o exemplo', como quando recém instalado como bispo de Roma lavou os pés de jovens presos.

'Esta ação, talvez não seja bem vista entre os litúrgicos e canonistas, mas foi absolutamente bem recebida pelas pessoas, principalmente entre os jovens', continuou López-Cardinale.

'Seus exemplos falam muito mais que suas palavras. E para a mentalidade pragmática dos norte-americanos esses exemplos dizem muito', considerou o presidente do Pastoral Juvenil Hispânica.

A questão, para o professor de Teologia e diretor do Instituto de Estudos Latinos da Universidade de Notre Dame, Timothy Matovina, é se graças ao papa haverá um maior compromisso com a fé católica.

'Não conseguirá com todos, mas renovará a fé de muitos', previu Matovina.


Apesar de ter surgido nas últimas semanas nos Estados Unidos a especulação sobre um 'efeito Francisco', a pesquisa de Pew mostra que a enorme popularidade não se traduziu na forma como os americanos vivem sua fé.

Nem aumentou o número de católicos, nem há mais praticantes, mas 26% de católicos reconhecem estar mais emocionados sobre sua fé que no ano passado, 40% rezaram mais e 21% leram mais a Bíblia.

Michael Lee, professor associado de Teologia na Universidade de Fordham e vice-presidente da Academia de Teólogos Hispânicos dos Estados Unidos pensa que chave para que as mudanças introduzidas pelo papa se arraiguem é que os líderes religiosos locais (bispos, sacerdotes...) as sigam.

'Se não o 'efeito Francisco' será uma fase passageira ou, pior, uma espécie de adoração da celebridade de Francisco sem levar sua mensagem e seu exemplo a sério', refletiu.

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Washington - O papa Francisco deslumbrou os Estados Unidos , o quarto país com mais católicos do mundo, e sua popularidade começa a transcender o âmbito religioso às vésperas de completar o primeiro aniversário de papado no próximo dia 13 de março.

Suas intenções agradam, suas palavras convencem e suas reformas são aplaudidas: o discurso do primeiro pontífice latino-americano da história calou fundo entre os católicos americanos, mas também entre os que não são.

'É fascinante sua capacidade de envolver e atrair um amplo espectro de pessoas', comentou à Agência Efe Thomas Groome, presidente do Departamento de Educação Religiosa e Ministério Pastoral e professor de Teologia do Boston College.

Groome explicou que Francisco deu 'um toque latino' ao pontificado, uma 'lufada de ar fresco' e mudou o estado de ânimo da Igreja, apesar de ressaltar que sua influência não se limita a quem professa a religião.

Começando pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que visitará o Vaticano no próximo dia 27, muitos políticos citaram as ideias do papa.

Ele foi tomado como modelo por congressistas tão díspares como o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, autodeclarado mórmon; o congressista republicano Paul Ryan, católico, e o senador independente Bernard Sanders, judeu.

Uma percentagem de 85% dos católicos dos Estados Unidos tem uma visão positiva do papa e na população geral sua aprovação é de 65%, segundo uma pesquisa publicada agora em março pelo Centro de Pesquisas Pew.

A avaliação dos católicos americanos sobre Francisco já é superior à máxima que Bento XVI teve, 83% em 2008, após sua visita a Washington e Nova York, mas não chegou ainda aos níveis de João Paulo II, que superou em vários momentos os 90%.


No entanto, o estilo de Francisco, o discurso humilde e centrado na pobreza, combinado às reformas no Vaticano, ganhou adeptos em um país onde se estima que haja cerca de 77 milhões de católicos, aproximadamente um quarto da população americana.

E a admiração pelo pontífice nos Estados Unidos ainda poderia crescer mais se, como está previsto, comparecer ano que vem ao Encontro Mundial das Famílias que acontecerá na Filadélfia.

'A mensagem do papa Francisco é muito simples: é um homem que fala de compaixão, de clemência, que cuida dos oprimidos. Está menos preocupado com a doutrina e mais com a evangelização', comentou Groome.

O presidente da Rede Católica Nacional de Pastoral Juvenil Hispânica, Alejandro López-Cardinale, afirmou à Efe que muitos jovens percebem que o papa se refere a sua realidade 'não somente com palavras, mas também com o exemplo', como quando recém instalado como bispo de Roma lavou os pés de jovens presos.

'Esta ação, talvez não seja bem vista entre os litúrgicos e canonistas, mas foi absolutamente bem recebida pelas pessoas, principalmente entre os jovens', continuou López-Cardinale.

'Seus exemplos falam muito mais que suas palavras. E para a mentalidade pragmática dos norte-americanos esses exemplos dizem muito', considerou o presidente do Pastoral Juvenil Hispânica.

A questão, para o professor de Teologia e diretor do Instituto de Estudos Latinos da Universidade de Notre Dame, Timothy Matovina, é se graças ao papa haverá um maior compromisso com a fé católica.

'Não conseguirá com todos, mas renovará a fé de muitos', previu Matovina.


Apesar de ter surgido nas últimas semanas nos Estados Unidos a especulação sobre um 'efeito Francisco', a pesquisa de Pew mostra que a enorme popularidade não se traduziu na forma como os americanos vivem sua fé.

Nem aumentou o número de católicos, nem há mais praticantes, mas 26% de católicos reconhecem estar mais emocionados sobre sua fé que no ano passado, 40% rezaram mais e 21% leram mais a Bíblia.

Michael Lee, professor associado de Teologia na Universidade de Fordham e vice-presidente da Academia de Teólogos Hispânicos dos Estados Unidos pensa que chave para que as mudanças introduzidas pelo papa se arraiguem é que os líderes religiosos locais (bispos, sacerdotes...) as sigam.

'Se não o 'efeito Francisco' será uma fase passageira ou, pior, uma espécie de adoração da celebridade de Francisco sem levar sua mensagem e seu exemplo a sério', refletiu.

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