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França recebe Kerry para obter explicações sobre espionagem

Após o encontro, a França emitiu um comunicado dizendo que o chefe da diplomacia francesa havia "renovado (sua) reivindicação por explicações"

O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius (c), recebe o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry (e) (REUTERS/Philippe Wojazer)

O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius (c), recebe o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry (e) (REUTERS/Philippe Wojazer)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2013 às 06h08.

Paris - O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, recebeu nesta terça-feira em Paris o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, de quem esperava explicações sobre as denúncias de espionagem em massa por parte dos EUA, que geraram o protesto da França.

A reunião entre Fabius e Kerry aconteceu às 7h locais (3h de Brasília) e, ao invés de um pronunciamento aos meios de comunicação, o Ministério das Relações Exteriores da França emitiu um comunicado no qual assinalou que o chefe da diplomacia francesa havia "renovado (sua) reivindicação por explicações sobre as práticas de espionagem inaceitáveis entre países amigos e que elas devem acabar".

O departamento de Relações Exteriores também falou igualmente sobre outros assuntos abordados na reunião, em particular a situação da Síria, antes da reunião de hoje em Londres do grupo "Amigos da Síria".

A reunião entre Fabius e Kerry aconteceu horas depois de o presidente americano, Barack Obama, ter telefonado para o chefe de Estado francês, François Hollande, para falar das novas revelações do jornal "Le Monde" sobre o programa de espionagem dos EUA que afetou à França.

No final da conversa, a Presidência francesa emitiu um comunicado afirmando que Hollande manifestou a Obama "sua profunda reprovação com essas práticas inaceitáveis entre aliados e amigos, porque atentam contra a vida privada dos cidadãos franceses".


O presidente francês pediu explicações a seu colega e, em especial, sobre o conjunto de informações que poderia estar nas mãos do ex-agente americano Edward Snowden, que é a origem dos vazamentos para a imprensa nos últimos meses, inclusive os divulgados pelo "Le Monde".

Os dois chefes de Estado, segundo a Presidência francesa, concordaram em trabalhar juntos para estabelecer "o alcance exato" da espionagem divulgado pelo jornal francês.

Além disso, "revelaram a intenção que as operações de coleta de informações devem estar enquadradas, especialmente no âmbito bilateral, para a única luta válida, ou seja, a luta contra o terrorismo".

O "Le Monde", que citou documentos da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) divulgados por Edward Snowden, explicou ontem que em apenas 30 dias, entre dezembro de 2012 e o início de 2013, foram interceptadas 70,3 milhões de comunicações na França.

O jornal, que destacou o caráter "massivo" dessa espionagem, afirmou que os principais alvos da NSA na França não se limitavam a suspeitos de vínculos com atividades terroristas, mas que também havia empresários e outras pessoas do mundo dos negócios, assim como políticos e funcionários públicos. 

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