Mundo

França: promotoria pede 15 meses de prisão para Villepin

O ex-primeiro-ministro francês será julgado por sua suposta participação em um escândalo de conspiração política

Na saída do tribunal, Villepin criticou a promotoria, afirmando que ela atua sob a autoridade de Sarkozy através do Ministério da Justiça
 (Mehdi Fedouach/AFP)

Na saída do tribunal, Villepin criticou a promotoria, afirmando que ela atua sob a autoridade de Sarkozy através do Ministério da Justiça (Mehdi Fedouach/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2011 às 08h26.

Paris - A promotoria pediu nesta segunda-feira 15 meses de prisão com sursis de pena para o ex-primeiro-ministro francês Dominique de Villepin, diante de um tribunal de Paris que o julgará em apelação por sua suposta participação no caso "Clearstream", um escândalo de suposta conspiração política.

No julgamento de primeira instância, celebrado há mais de um ano, a promotoria havia solicitado 18 meses de prisão com sursis de pena e 45 mil euros de multa contra Dominique de Villepin, rival conservador do presidente Nicolas Sarkozy e pretenso candidato à eleição presidencial de 2012.

Durante sua saída do tribunal, Villepin criticou as demandas da promotoria geral afirmando que esta atua sob a autoridade de Sarkozy através do Ministério da Justiça.

Após seis anos de lichamento político, midiático e judicial, após ter sido declarado incente em primeira instância, a promotoria insiste nessa posição, denunciou o ex-primeiro-ministro.

No dia 28 de janeiro de 2010, Dominque de Villepin havia sido absolvido, enquanto que os outros dois acusados pelo caso, Jean-Louis Gergorin e Imad Lahoud, foram condenados respectivamente a 15 e 18 meses de prisão e multa de 40 mil euros cada.

O caso "Clearstream" é um grande escândalo ao qual foram agregados muitos nomes públicos - entre eles o de Nicolas Sarkozy - e listagens de bancos para fazer crer que tais personalidades participaram de tramas de corrupção. Esta conspiração teria por objetivo desmoralizar Sarkozy diante das eleições presidencias de 2007.

Segundo a promotoria geral francesa, Villepin tinha conhecimento da falsidade da lista desde julho de 2004 e podia ter posto fim a calúnia se quisesse. A promotoria, que recorreu imediatamente à absolvição do ex-primeiro-ministro em primeira estância, considera que ele deve ser condenado por cumplicidade e por "negligência". Este último é sem dúvida um conceito jurídico que não existia no código penal francês e que o tribunal de apelação pode aceitar ou não.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosEuropaFrançaFraudesPaíses ricosPrisões

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal