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França critica irresponsabilidade da Itália no caso Aquarius

A França criticou o governo da Itália que rejeitou o desembarque do navio Aquarius com mais de 600 imigrantes a bordo

Devemos mostrar solidariedade, algo que o governo italiano não fez, afirmou o porta-voz (Karpov/Reuters)
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EFE

Publicado em 12 de junho de 2018 às 14h41.

Paris - A França criticou nesta terça-feira o "cinismo" e a "irresponsabilidade" do governo da Itália ao rejeitar o desembarque do barco Aquarius, com mais de 600 imigrantes a bordo no Mar Mediterrâneo.

Em entrevista coletiva realizada após o Conselho de Ministros da França, o porta-voz do Palácio do Eliseu, Benjamin Griveaux, criticou a forma como a Itália administrou a situação.

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Perguntado porque a França não se propôs a receber o navio com 629 refugiados, o porta-voz disse que o país não desejava "criar precedentes" e afirmou que o direito internacional deveria ter sido respeitado no caso. As normas preveem que o porto mais próximo ao local do resgate deve ser disponibilizado para o desembarque.

"Se um navio tivesse a França como a costa mais próxima, poderia desembarcar aqui. Devemos mostrar solidariedade, algo que o governo italiano não fez", afirmou o porta-voz, elogiando a decisão da Espanha de oferecer o porto de Valência para o desembarque.

Griveaux afirmou que a França assume parte da responsabilidade sobre o fenômeno migratório e citou que o país deu asilo a 32 mil pessoas no ano passado. Além disso, o governo francês está disposto a receber alguns dos imigrantes que estavam no "Aquarius".

Os demais, no entanto, deveriam ser enviados de volta.

"É a linha que estabelecemos desde o início", ressaltou.

O porta-voz do governo indicou que o presidente do país, Emmanuel Macron, já tinha abordado o tema na Comissão Europeia e que hoje voltará a discuti-lo com líderes de Itália, Espanha e Malta.

Macron foi criticado pela oposição e por integrantes de seu próprio partido pela falta de resposta à situação do "Aquarius".

"A França não pode ficar em silêncio diante do drama humanitário registrado no Mediterrâneo", afirmaram dois deputados do República em Movimento, o partido fundado por Macron.

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