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Fracassa reforma sobre armas de fogo promovida por Obama

Obama reagiu criticando a "minoria" do Senado por bloquear a reforma e afirmou que o lobby das armas "mentiu deliberadamente" para o fracasso do projeto

A rejeição do texto - que foi alterado em relação às suas primeiras versões - representa uma catastrófica derrota para Obama, que investiu considerável capital político no tema (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2013 às 20h10.

A reforma da legislação sobre armas de fogo promovida pelo presidente dos EUA, Barack Obama, sofreu um duro golpe nesta quarta-feira, quatro meses depois da comoção causada pelo massacre em uma escola de Newtown.

Apenas 54 senadores votaram a favor da medida, com 46 contra, abaixo do mínimo necessário de 60 votos para a aprovação da reforma que imporia verificações de antecedentes na Justiça e parecer psiquiátrico para a compra de armas on-line e nas lojas especializadas.

Quatro democratas abandonaram as fileiras do partido e se uniram aos republicanos, rejeitando o texto.

Obama reagiu criticando a "minoria" do Senado por bloquear a reforma e afirmou que o lobby das armas "mentiu deliberadamente" para o fracasso do projeto.

A proposta "representava moderação e bom senso", disse Obama aos jornalistas visivelmente irritado, ao lado de vítimas da violência do uso de armas de fogo, como a ex-congressista Gabrielle Giffords e familiares das crianças assassinadas no massacre da escola em Newtown. "Este foi um dia vergonhoso para Washington".

A rejeição do texto - que foi alterado em relação às suas primeiras versões - representa uma catastrófica derrota para Obama, que investiu considerável capital político no tema.

Desde janeiro, Obama dedicou três viagens e duas intervenções formais na Casa Branca ao problema das armas de fogo. Com frequência, o presidente estava acompanhado de familiares dos estudantes mortos a tiros por Adam Lanza em 14 de dezembro passado, em duas salas de aula da escola Sandy Hook, em Newtown (Connecticut, nordeste).

"Esta será uma votação apertada", previu o vice-presidente Joe Biden em mensagem às autoridades envolvidas com a reforma, uma hora antes da votação.


"Posso lhes assegurar uma coisa: finalmente vamos conseguir isso. Se não conseguirmos hoje, vamos acabar conseguindo", acrescentou.

Os senadores votaram sobre nove medidas, na forma de emendas ao texto que foi aprovado em comissão pelos democratas.

Hoje, as verificações de antecedentes são exigidas somente no comércio varejista, salvo em alguns estados que já aprovaram leis mais rígidas.

De fato, as vendas de lojas de armas representam apenas 60% da venda total, o que significa que os criminosos e desequilibrados podem procurar armas livremente no mercado.

Uma esmagadora maioria dos americanos apoia a supressão dessa brecha, mas o lobby de armas, por meio da National Rifle Association (NRA), mostrou-se irredutível.

Nesta quarta, o republicano Charles Grassley acusou a administração Obama "de politizar uma terrível tragédia para promover seu programa anti-armas" e propôs sua própria medida, flexibilizando algumas normas.

"A ideia de que o Congresso desafiou a esmagadora vontade dos americanos depois do que vimos em Newtown é inimaginável", disse Obama, em entrevista à rede NBC, na terça-feira.

Nesta quarta, os senadores também votarão emendas que tratam, entre outros pontos, de fuzis de assalto, dos carregadores de grande capacidade, do tráfico e do porte de armas.

O texto sobre os fuzis de assalto, que propõe proibir a fabricação, venda e importação de centenas de modelos de armas semi-automáticas, do tipo da que foi usada por Adam Lanza, tem sua rejeição praticamente dada como certa.

Após a votação dessas emendas, outras seguirão nos próximos dias, antes de uma votação sobre o conjunto do texto. Nesse momento, a Câmara de Representantes, de maioria republicana, irá se pronunciar.

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A reforma da legislação sobre armas de fogo promovida pelo presidente dos EUA, Barack Obama, sofreu um duro golpe nesta quarta-feira, quatro meses depois da comoção causada pelo massacre em uma escola de Newtown.

Apenas 54 senadores votaram a favor da medida, com 46 contra, abaixo do mínimo necessário de 60 votos para a aprovação da reforma que imporia verificações de antecedentes na Justiça e parecer psiquiátrico para a compra de armas on-line e nas lojas especializadas.

Quatro democratas abandonaram as fileiras do partido e se uniram aos republicanos, rejeitando o texto.

Obama reagiu criticando a "minoria" do Senado por bloquear a reforma e afirmou que o lobby das armas "mentiu deliberadamente" para o fracasso do projeto.

A proposta "representava moderação e bom senso", disse Obama aos jornalistas visivelmente irritado, ao lado de vítimas da violência do uso de armas de fogo, como a ex-congressista Gabrielle Giffords e familiares das crianças assassinadas no massacre da escola em Newtown. "Este foi um dia vergonhoso para Washington".

A rejeição do texto - que foi alterado em relação às suas primeiras versões - representa uma catastrófica derrota para Obama, que investiu considerável capital político no tema.

Desde janeiro, Obama dedicou três viagens e duas intervenções formais na Casa Branca ao problema das armas de fogo. Com frequência, o presidente estava acompanhado de familiares dos estudantes mortos a tiros por Adam Lanza em 14 de dezembro passado, em duas salas de aula da escola Sandy Hook, em Newtown (Connecticut, nordeste).

"Esta será uma votação apertada", previu o vice-presidente Joe Biden em mensagem às autoridades envolvidas com a reforma, uma hora antes da votação.


"Posso lhes assegurar uma coisa: finalmente vamos conseguir isso. Se não conseguirmos hoje, vamos acabar conseguindo", acrescentou.

Os senadores votaram sobre nove medidas, na forma de emendas ao texto que foi aprovado em comissão pelos democratas.

Hoje, as verificações de antecedentes são exigidas somente no comércio varejista, salvo em alguns estados que já aprovaram leis mais rígidas.

De fato, as vendas de lojas de armas representam apenas 60% da venda total, o que significa que os criminosos e desequilibrados podem procurar armas livremente no mercado.

Uma esmagadora maioria dos americanos apoia a supressão dessa brecha, mas o lobby de armas, por meio da National Rifle Association (NRA), mostrou-se irredutível.

Nesta quarta, o republicano Charles Grassley acusou a administração Obama "de politizar uma terrível tragédia para promover seu programa anti-armas" e propôs sua própria medida, flexibilizando algumas normas.

"A ideia de que o Congresso desafiou a esmagadora vontade dos americanos depois do que vimos em Newtown é inimaginável", disse Obama, em entrevista à rede NBC, na terça-feira.

Nesta quarta, os senadores também votarão emendas que tratam, entre outros pontos, de fuzis de assalto, dos carregadores de grande capacidade, do tráfico e do porte de armas.

O texto sobre os fuzis de assalto, que propõe proibir a fabricação, venda e importação de centenas de modelos de armas semi-automáticas, do tipo da que foi usada por Adam Lanza, tem sua rejeição praticamente dada como certa.

Após a votação dessas emendas, outras seguirão nos próximos dias, antes de uma votação sobre o conjunto do texto. Nesse momento, a Câmara de Representantes, de maioria republicana, irá se pronunciar.

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