Fracassa nova tentativa para escolher presidente do Líbano
Parlamento do Líbano fracassou pela 9ª vez para escolher um novo presidente por falta de quórum
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2014 às 13h14.
Beirute - O Parlamento do Líbano fracassou nesta quarta-feira pela nona vez para escolher um novo presidente por falta de quórum, como já ocorreu nas votações anteriores por causa das diferenças entre os principais blocos políticos.
O presidente da câmara, Nabih Berri, suspendeu a sessão depois que os parlamentares da coalizão do 8 de Março, liderada pelo grupo xiita Hezbollah e aliado do regime da Síria , boicotaram a votação.
Berri convocou os deputados para o próximo 12 de agosto, naquela que será a décima tentativa de escolher um chefe de Estado, um posto vago desde o último dia 25 de maio, quando expirou o mandato de seis anos de Michel Suleiman.
Para que possa acontecer a votação, é necessária a presença de dois terços dos deputados (86 dos 128), e para escolher o presidente, a aprovação da maioria absoluta.
Até agora há dois candidatos em disputa: Samir Geagea, chefe do partido Forças Libanesas e membro da coalizão do 14 de Março, contrária ao regime sírio, e Henri Helu, apoiado pelo líder druso Walid Jumblatt.
Por sua parte, o general Michel Aoun, aliado do Hezbollah, não declarou oficialmente sua candidatura e propôs que a eleição aconteça por sufrágio universal em dois turnos, uma para os cristãos e outra para todos os libaneses, o que exigiria uma emenda da Constituição.
Em entrevista coletiva, Geagea ressaltou hoje que "o boicote não tem justificativa" e que o objetivo desses deputados é que seu candidato - Michel Aoun - seja presidente.
Segundo o sistema confessional em vigor no Líbano, o presidente deve pertencer à comunidade cristã maronita; o primeiro-ministro à muçulmana sunita; e o chefe do Parlamento, à muçulmana xiita.
Em caso de vazio presidencial, como ocorre agora, o Conselho de Ministros é o encarregado de dirigir o país.