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Fórum Social Mundial denuncia crise da democracia na África

Participantes acreditam que, se Gbagbo se impor na Costa do Marfim, líderes de outras nações podem também assumir o poder com eleições contestáveis

Gbagbo, presidente da Costa do Marfim: Fórum Social quer parlamentarismo na África (Getty Images)

Gbagbo, presidente da Costa do Marfim: Fórum Social quer parlamentarismo na África (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2011 às 15h55.

Dacar - Os conflitos por causa das eleições em países como Costa do Marfim, Quênia e Zimbábue evidenciam uma crise da democracia na África, afirmaram nesta quinta-feira os participantes de um debate do Fórum Social Mundial, que expressaram seus temores de que o caso marfinense não seja resolvido.

Os especialistas ressaltaram que a crise na Costa do Marfim se trata de uma "crise da elite" que não aceita as regras do jogo.

O país vive atualmente uma crise como a que ocorreu há meses no Quênia e no Zimbábue.

Em um ano de eleições em vários países africanos, os participantes do fórum advertiram que, se o presidente de fato do país, Laurent Gbagbo, conseguir se impor, é possível que líderes de outras nações do continente sigam seus passos.

Para proclamar Gbagbo como vencedor, o Conselho Constitucional teve que anular 600 mil votos nas regiões do norte do país.

Segundo os especialistas do fórum, para acabar com as crises democráticas na África é necessário instaurar o regime parlamentar, cuja composição mais representativa garante maior legitimidade popular.

Além disso, criticaram os líderes que confiscam os processos democráticos e ressaltaram que não é a democracia que está em crise na África, mas a liberdade nacional.

Cerca de 45 mil pessoas procedentes de 1,2 mil organizações de 130 países participam do Fórum Social Mundial, que termina na sexta-feira.

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