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De volta para Davos

Após mais de dois anos de pandemia, com a edição de 2021 cancelada, o Fórum Econômico Mundial de Davos está de volta

Fórum Econômico Mundial de Davos (Pascal Bitz/World Economic Forum/Divulgação)

Fórum Econômico Mundial de Davos (Pascal Bitz/World Economic Forum/Divulgação)

Após mais de dois anos de pandemia, com a edição de 2021 cancelada, o Fórum Econômico Mundial está de volta em Davos, na Suíça.

Este ano, o Fórum de Davos foi inicialmente planejado para ocorrer na última semana de janeiro, como ocorre tradicionalmente.

Entretanto, os organizadores o adiaram para o final de maio, de 22 a 26, por causa da onda da variante ômicron do novo coronavírus (Covid-19).

Com a pandemia arquivada, ou pelo menos sob controle, o "templo do livre mercado global" está de volta na pequena cidade da suíça onde se fala alemão.

O título da edição de 2022 é "História em um ponto de virada: políticas governamentais e estratégias de negócios".

Mais de 50 chefes de estado e de governo estarão presentes, incluindo:

  • o chanceler alemão, Olaf Scholz,
  • o presidente israelense, Isaac Herzog,
  • o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez,
  • o primeiro-ministro holandês Mark Rutte,
  • a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
  • a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde,
  • o enviado especial para o clima do presidente norte-americano, John Kerry,
  • o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, falará vídeo na abertura da cúpula , enquanto vários outros políticos ucranianos comparecerão pessoalmente.

O Brasil será representado pelos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Saúde, Marcelo Queiroga.

Além disso, estarão presentes o presidente do Conselho do BTG Pactual (BPAC11), André Esteves, e os CEOs e executivos de grandes bancos e empresas brasileiras, como Vale (VALE4), Itaú (ITUB4), e Bradesco (BBDC4).

Guerra na Ucrânia e pandemia estão no centro de Davos 2022

Empresários, executivos e líderes mundiais voltarão a discutir sobre os desafios do planeta, principalmente do fim da pandemia e da guerra na Ucrânia.

Para ter uma ideia da importância do conflito na cúpula desse ano, é suficiente dizer que os russos, sempre presentes em Davos, foram excluídos pela primeira vez desde o colapso da União Soviética, em 1989.

Segundo o presidente do Fórum, Borge Brende, essa foi a decisão "correta".

"No entanto, esperamos que Moscou siga outro caminho nos próximos anos, respeitando a Carta da ONU e suas obrigações internacionais", salientou Brende na entrevista coletiva de apresentação do evento.

Até a tradicional "Russia House", local utilizado todos os anos pelo governo de Moscou como vetrine em Davos, foi substituída por uma "Russia War Crimes House". Uma casa dos crimes de guerra da Rússia.

No local, financiado pela "Fundação Victor Pinchuck" e pela governo ucraniano, são expostas fotos de mortos, feridos e mutilados ucranianos.

"Faremos todo o possível para apoiar a Ucrânia", disse o fundador e presidente executivo do Fórum, Klaus Schwab.

"A agressão da Rússia será lembrada nos livros de história como o colapso da ordem nascida após a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria”, explicou Schwab.

Segundo ele, essa será primeira reunião de líderes mundiais nesta nova situação caracterizada por um mundo multipolar emergente devido à pandemia e à guerra.

"O fato de quase 2.500 líderes da política, da sociedade civil e da mídia se reunirem pessoalmente", acrescentou o professor suíço, "demonstra a necessidade de uma plataforma global confiável, informal e orientada para a ação para enfrentar os problemas em um mundo impulsionado pela crise".

Pilares temáticos de Davos

Além da pandemia e da crise ucraniana, essa "será uma cúpula centrada no clima e na transição energética", segundo Schwab.

O programa de Davos 2022 tem seis pilares temáticos:

  • promoção da cooperação global e regional;
  • assegurar a recuperação econômica e moldar uma nova era de crescimento;
  • construir sociedades saudáveis ​​e justas;
  • salvaguardar o clima, a alimentação e a natureza;
  • liderar a transformação industrial;
  • aproveitar o poder da Quarta Revolução Industrial.

Além disso, estarão na mesa da discussões as mudanças climáticas, o aumento dos preços da energia e da ameaça de uma crise alimentar mundial, a igualdade de gênero, as desigualdades sociais, a necessidade de criar empregos  devidamente remunerados.

Como sempre, o Fórum Econômico Mundial de Davos também será uma oportunidade para os diplomatas abordarem questões delicadas de forma discreta.

A diplomacia secreta é também uma das tradições em Davos. Que no passado permitiram até resolver conflitos armados, ou evitar que eclodissem. Como no caso da crise de Chipre entre a Turquia e a Grécia nos anos 1980.

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