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Forte terremoto e tsunami matam 384 pessoas na Indonésia

Muitas vítimas foram registradas em Palu, cidade de 350.000 habitantes na costa oeste de Célebes

Rua destruída por terremoto em Lombok, na Indonésia: cerca de 16.700 pessoas foram deslocadas para 24 centros em Palu (Antara Foto/Ahmad Subaidi/Reuters)

Rua destruída por terremoto em Lombok, na Indonésia: cerca de 16.700 pessoas foram deslocadas para 24 centros em Palu (Antara Foto/Ahmad Subaidi/Reuters)

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AFP

Publicado em 29 de setembro de 2018 às 08h10.

Um total de 384 pessoas morreram em consequência do terremoto e tsunami que atingiram a ilha indonésia Célebes na sexta-feira, onde os hospitais não têm condições de de atender todos os feridos.

A Agência de Gestão de Desastres de Indonésia atualizou o balanço de vítimas fatais neste sábado e anunciou que centenas de pessoas ficaram feridas.

Muitas vítimas foram registradas em Palu, cidade de 350.000 habitantes na costa oeste de Célebes, informou o porta-voz da agência, Sutopo Purwo Nugroho, que pediu o envio de "funcionários, voluntários e material".

Ele também disse que em Palu "edifícios e casas foram destruídos, assim como hotéis e hospitais".

"Acreditamos que dezenas ou centenas (de vítimas) ainda não foram encontradas entre os escombros. O principal centro comercial de Palu desabou. O hotel Rua-Rua também. Tinha 80 quartos e 76 estavam ocupados", afirmou.

As imagens de Palu mostram vários corpos nas praias, alguns deles cobertos com lonas azuis. Os carros destruídos espalhados pela região mostram a violência com que a onda, de 1,5 metros de altura, atingiu a localidade.

Os hospitais não conseguem atender o grande fluxo de feridos. Muitas pessoas recebiam atendimento na rua. Os moradores transportam de modo improvisado os cadáveres.

De acordo com o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS), o terremoto de sexta-feira atingiu 7,5 graus de magnitude, e foi mais forte que a série de tremores que deixaram mais de 500 mortos e 1.500 feridos na ilhaindonésia de Lombok, na região de Bali.

O tremor potente provocou algumas horas depois um tsunami de altura máxima de 1,5 metro na costa de Palu.

Pânico e fuga

O pânico levou os habitantes a fugir para os pontos mais elevados da cidade, segundo imagens das televisões locais. Um vídeo mostra uma onda atingindo vários edifícios e inundando uma mesquita.

"Comecei a correr quando via as ondas que chegavam à costa", explicou à AFP Rusidanto, morador de Palu, que como muitos indonésios tem apenas um nome.

Os danos são importantes. Imagens difundidas pelos meios de comunicação mostram a queda de um andar em um shopping de Palu, prédios parcialmente destruídos e rachaduras em estradas e calçadas.

A cidade estava parcialmente sem energia elétrica. O aeroporto e várias estradas foram fechadas por pelo menos 24 horas.

O presidente indonésio, Joko Widodo, anunciou que o exército será enviado para ajudar nas operações de busca de vítimas.

O epicentro do terremoto foi situado 78 km ao norte de Palu e o tremor foi sentido até o sul, onde está Macasar, capital da ilha. A terra também tremeu na vizinha Kalimantan e em Samarinda, do outro lado do estreito de Macasar.

A Indonésia, um arquipélago de 17.000 ilhas, fica no Anel de Fogo do Pacífico e é um dos países do mundo mais propensos a sofrer desastres naturais.

Em 26 de dezembro de 2004, a Indonésia sofreu uma série de terremotos devastadores, um deles de magnitude 9,1, na ilha de Sumatra. Este tremor motivou um grande tsunami que provocou a morte de 220.000 pessoas na região, 168.000 delas na Indonésia.

Este foi o terceiro maior terremoto no mundo desde 1900.

Em 2006, quase 6.000 pessoas morreram em um violento sismo que atingiu a ilha de Java. Esse terremoto, de magnitude 6,3, segundo o USGS, aconteceu em uma populosa zona ao sul da grande cidade universitária de Yogyakarta e deixou 38.000 feridos. Mais de 420.000 pessoas perderam suas casas.

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