Formação de coalizão na Itália avança e frustra planos de Matteo Salvini
O 5-Estrelas e o Partido Democrático (PD) negociam uma coalizão governista, evitando uma nova eleição que poderia levar Salvini ao poder
Reuters
Publicado em 26 de agosto de 2019 às 17h09.
Última atualização em 26 de agosto de 2019 às 17h27.
Roma — Um acordo para formar um governo de coalizão entre o Movimento 5-Estrelas e o Partido Democrático (PD) parecia mais próximo na segunda-feira após o PD abrir mão do veto a Giuseppe Conte para um novo mandato como primeiro-ministro da Itália .
Conte renunciou na semana passada. Seu restabelecimento — sustentado pelo 5-Estrelas, mas contestado pelo PD, de centro-esquerda PD — era considerado o maior empecilho para um acordo entre os dois partidos tradicionalmente antagônicos.
"Não há vetos, queremos conversar sobre políticas", disse o líder do PD no Senado, Andrea Marcucci, a repórteres quando questionado sobre o bloqueio a Conte, quando saía de uma reunião com os principais representantes do partido, incluindo o dirigente Nicola Zingaretti.
Os líderes do 5-Estrelas estavam reunidos em um hotel de Roma para deliberar uma resposta.
O 5-estrelas está dividido entre aqueles que apoiam um acordo com o PD e outros que acreditam que isso abalaria ainda mais a imagem do partido, acelerando o declínio do apoio popular sofrido em 2018.
Conte renunciou ao cargo após o líder do partido de extrema-direita Liga, Matteo Salvini, visando capitalizar seu crescente apoio nas pesquisas, declarar o fim de sua coalizão de 14 meses com o 5-Estrelas e pedir a antecipação das eleições.
A tentativa de Salvini não avançou como esperado, já que o 5-Estrelas e o PD tentam formar uma aliança entre si, para deixar a Liga na oposição.
Apenas o chefe de Estado italiano, o presidente Sergio Mattarella, pode dissolver o Parlamento e esse será o caminho a ser seguido se os partidos não puderem chegar a um acordo para formar um novo governo. Mattarella deu ao PD e ao anti-establishment 5-Estrelas até terça-feira para que avancem no assunto, cujas prioridade seria aprovar o Orçamento para 2020.