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Forças iraquianas reconquistam prédios na área antiga de Mosul

Os combates devem ser intensos na área antiga, uma zona com muitos moradores e onde as ruas estreitas dificultam o acesso dos veículos blindados

Iraque: a queda de Mosul, último grande reduto do EI no país, representaria um duro golpe para o grupo extremista sunita, que chegou à cidade em 2014 (Youssef Boudlal/Reuters)

Iraque: a queda de Mosul, último grande reduto do EI no país, representaria um duro golpe para o grupo extremista sunita, que chegou à cidade em 2014 (Youssef Boudlal/Reuters)

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AFP

Publicado em 17 de março de 2017 às 14h12.

As forças iraquianas anunciaram nesta sexta-feira que reconquistaram uma mesquita e um mercado na área antiga de Mossul, um objetivo estratégico para expulsar o grupo Estado Islâmico (EI) da zona oeste da grande cidade do norte do país.

A polícia federal e as forças de intervenção rápida, unidades de elite do ministério do Interior, "retomaram o controle da mesquita de Al-Basha e do mercado de Bab al-Saray na parte antiga", afirma um comunicado assinado pelo tenente Raed Chaker Jawdat.

A mesquita e o mercado ficam no início do bairro localizado na margem oeste do rio Tigre, que divide Mosul.

Os combates devem ser intensos na área antiga, uma zona com muitos moradores e onde as ruas estreitas dificultam o acesso dos veículos blindados.

Mais ao oeste, as unidades de contraterrorismo (CTS) avançaram até os bairros de Al-Risala e Nablus, onde enfrentavam os jihadistas, anunciou o general Abdel Ghani al-Asadi, comandante da força de elite que liderou os confrontos no leste de Mossul.

"A situação é boa", afirmou.

As autoridades iraquianas, apoiadas pela coalizão internacional antijihadista liderada por Washington, iniciaram em 17 de outubro uma ofensiva para retomar o controle da segunda maior cidade do Iraque.

Depois de reconquistar os bairros da zona leste no fim de janeiro, as tropas de Bagdá executam, desde 19 de fevereiro, uma operação para retomar o oeste e já assumiram o controle de bairros e edifícios importantes, como a sede do governo da província de Nínive e a estação ferroviária.

A queda de Mosul, último grande reduto do EI no país, representaria um duro golpe para o grupo extremista sunita, que chegou à cidade em 2014.

Foi nesta cidade, em uma mesquita da área antiga, em que o líder do EI, Abu Bakr al-Bagdadi, proclamou a instauração de um "califado" na Síria e no Iraque há três anos.

Ponto de ruptura

A coordenadora da ONU para o Iraque, Lise Grande, fez um alerta sobre uma possível saturação das capacidades de recepção depois que dezenas de milhares de pessoas fugiram da zona oeste de Mosul.

"O número de pessoas é maior que o esperado. Se o ritmo continuar aumentando, isto nos levará a um ponto de ruptura", disse.

No total, 152.857 pessoas abandonaram suas casas nos bairros da zona oeste de Mosul. A maioria - mais de 98.000 - encontraram refúgio nos campos instalados nas proximidades da cidade, onde recebem atendimento médico, alimentos, cobertores e colchões de espuma, segundo o ministério iraquiano de Migrações e Deslocados.

Grande também está preocupada com o futuro de centenas de milhares de habitantes que permanecem no oeste da cidade, onde enfrentam os combates e o risco de virar alvo dos jihadistas caso decidam fugir.

A situação humanitária é "muito preocupante", destacou o grupo Reach, fruto da colaboração entre o centro de pesquisas Impact, a ONG francesa Acted e o programa da ONU Unosat.

"Nas áreas que permanecem sob controle do Daesh (acrônimo em árabe do EI) não há nenhum acesso aos mercados, não há energia elétrica, combustível ou serviços médicos. As pessoas que permanecem ali sobrevivem com reservas de água e de comida que diminuem", lamenta o grupo Reach.

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