Mundo

Forças do governo saem de Malakal após a ofensiva rebelde

Tropas sul-sudanesas deixaram a cidade de Malakal, capital do Alto Nilo, depois que o local foi atacado ontem pelas forças rebeldes


	Militares no Sudão do Sul: Malakal mudou várias vezes de mãos desde o início do conflito
 (George Philipas/Reuters)

Militares no Sudão do Sul: Malakal mudou várias vezes de mãos desde o início do conflito (George Philipas/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 14h03.

Juba - As tropas sul-sudanesas deixaram a cidade de Malakal, capital do Alto Nilo, depois que o local foi atacado ontem pelas forças rebeldes do ex-vice-presidente Riek Machar, em uma "clara violação do acordo de cessação de hostilidades", segundo o governo.

O porta-voz da presidência, Ateny Wek Ateny, informou hoje sobre a retirada, que aconteceu ontem, mas assegurou que segue firme em sua decisão de alcançar um acordo de paz com os rebeldes", apesar da primeira ofensiva insurgente desde que as forças leais ao presidente Salva Kiir e os rebeldes acordaram um cessar-fogo em janeiro passado.

Wek Ateny denunciou os "terríveis abusos" cometidos pelos insurgentes na cidade, e acusou à comunidade internacional de "guardar silêncio" e não condenar o que sucede, assim como de tratar aos rebeldes como "crianças mimadas".

As forças governamentais "estão prontas" para intervir em caso de deterioração da situação humanitária em Malakal, segundo a presidência, que fez referência aos relatórios que advertem sobre a deterioração da situação dos deslocados nos acampamentos das Nações Unidas.

A ONU relatou que os civis não conseguem sair para buscar água fora do acampamento por medo de ser alvo dos rebeldes, e comparou o cenário visto em Bor, capital do estado de Jonglei, com a situação de Malakal.

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) também alertou ontem que a nova onda de violência suscitada em Malakal ameaça a segurança dos refugiados nas instalações da ONU na área.

"Nossas tropas se retiraram de Malakal temendo um desastre para os civis. No entanto, a comunidade internacional segue falando de abusos do governo e faz vista grossa para os crimes que os rebeldes estão cometendo", lamentou Wek Ateny.

Além disso, o porta-voz acusou o ex-vice-presidente Machar de querer "levar o país a uma guerra civil" e assegurou que "o governo está preparado para proteger os civis em todos os estados sul-sudaneses".

A presidência advertiu que os rebeldes estão obstruindo os esforços de mediação para conseguir uma solução pacífica para a crise, e avisou que "a paciência do governo tem seus limites e se estão arriscando a que se retire das conversas" com os rebeldes.

Malakal mudou várias vezes de mãos desde o início do conflito no Sudão do Sul em meados de dezembro, quando eclodiram os confrontos e as autoridades acusaram a Machar de uma tentativa de golpe de Estado.

Por outro lado, Wek Ateny assegurou que não tem informações sobre os trabalhadores retirados dos campos de petróleo em Alto Nilo, mas mostrou seu desejo de que as empresas internacionais que tiraram a seus empregados do país retornem quando a situação se estabilizar. 

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaONUSudãoViolência política

Mais de Mundo

Netanyahu diz que vitória na guerra de 1948 criou Israel, e não a ONU

Israel captura mais três combatentes do Hezbollah no sul do Líbano

Trump diz que México 'não vai vender um único carro' nos EUA caso ele seja eleito

China publica plano para desenvolvimento da ciência espacial