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FMI: vacinação em regiões de risco pode salvar 500 mil vidas em 6 meses

Apoio do G20 pode ajudar na meta de vacinar ao menos 40% da população de todos os países ao fim de 2021

O panorama global do FMI observa um "aprofundamento das divergências econômicas" (Eduardo Frazão/Exame)

O panorama global do FMI observa um "aprofundamento das divergências econômicas" (Eduardo Frazão/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de julho de 2021 às 09h59.

Última atualização em 7 de julho de 2021 às 10h36.

Mais de 500 mil vidas podem ser salvas nos próximos seis meses com a vacinação contra a covid-19 de populações de alto risco, de acordo com estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) publicado nesta quarta-feira. Antes da reunião de ministros da Finanças e dirigentes de bancos centrais do G-20, o organismo relembra sua proposta de investimentos de US$ 50 bilhões em imunização, e afirma que essa é a melhor alocação de recursos públicos possível. O apoio do grupo de países pode ajudar na meta de vacinar ao menos 40% da população de todos os países ao fim de 2021, e ao menos 60% até metade de 2022, segundo o Fundo.

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O panorama global do FMI observa um "aprofundamento das divergências econômicas, com um grande número de países que estão ficando para trás". De acordo com estudos, o mundo está enfrentando uma piora na "recuperação de duas vias", impulsionada por diferenças dramáticas na vacinação, taxas de infecção e capacidade de fornecer suporte econômico.

"É um momento crítico que apela para uma ação urgente por parte do G-20 e dos legisladores em todo o mundo", afirma o órgão. Segundo a organização, o mundo segue a tendência para um crescimento do PIB global de 6% em 2021, com os Estados Unidos registrando avanço de 7%, o maior desde 1984, retomada que também ganha impulso na China, zona do euro e outras regiões desenvolvidas.

A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, aponta que o mundo também está de olho na recente alta da inflação, principalmente nos EUA. Há o risco de um processo de aumento nos preços "mais sustentado", o que poderia potencialmente exigir um aperto da política monetária dos EUA, alerta.

"Outros países enfrentam desafios semelhantes de alto preços de commodities e alimentos", aponta a dirigente. "Taxas de juros mais altas nos EUA podem levar a um forte aperto das condições financeiras globais e saídas de capital significativas de economias emergentes e em desenvolvimento, afirma Georgieva, lembrando que "seria um importante desafio especialmente para países com grandes necessidades de financiamento externo ou níveis elevados de dívida".

Em nações onde as infecções estão aumentando rapidamente, "é fundamental que famílias e empresas continuem a receber apoio", afirma Georgieva. "Isso requer medidas fiscais direcionadas, dentro de quadros credíveis de médio prazo", lembra a dirigente. "A fim de manter as expectativas de inflação bem ancoradas, grandes bancos centrais devem cautelosamente comunicar seus planos", aponta a líder, lembrando que isso "também ajudaria a evitar o excesso de volatilidade financeira em casa e no exterior".

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