Mundo

FMI 'extremamente' preocupado com inflação no mundo

Fundo citou o aumento de juros no Brasil como exemplo a ser seguido para combater a inflação nos países emergentes

A porta-voz do FMI, Caroline Atkinson (Aude Guerrucci/AFP)

A porta-voz do FMI, Caroline Atkinson (Aude Guerrucci/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de março de 2011 às 18h26.

Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) está preocupado com o aumento dos preços dos alimentos, especialmente pelo fato de os pobres serem os mais vulneráveis a essa alta, informou a porta-voz do fundo, Caroline Atkinson, em coletiva de imprensa, nesta quinta-feira.

"Estamos extremamente preocupados com o aumento do preço dos alimentos, por conta de seu impacto nos mais pobres e mais vulneráveis, particularmente em países subdesenvolvidos, mas não apenas neles", disse.

Além do aumento dos preços dos alimentos, Atkinson apontou o rápido aumento da inflação em economias emergentes.

Alguns países emergentes estão "chegando ao ponto de potencial sobreaquecimento e, portanto, os bancos centrais começaram, apropriadamente, a apertar sua política monetária", disse, citando o caso do Brasil, que subiu a taxa básica de juros na quarta-feira.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) subiu a taxa básica do país em 0,5 ponto percentual, de 1,25% para 11,75%, em uma tentativa de conter a inflação.

Questionada sobre como os governos deveriam mitigar o aumento dos preços dos alimentos, os quais as Nações Unidas indicaram terem atingido picos de alta, Atkinson enfatizou a importância de mecanismos "certeiros" para apoiar a população mais exposta ao risco.

"É importante que haja medidas de proteção para as pessoas mais vulneráveis, mais do que subsídios a produtos", disse.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Organização (FAO) afirmou nesta quinta-feira que seu índice de preços dos alimentos subiu em fevereiro para o maior nível desde que os preços começaram a ser monitorados, em 1990.

A FAO alertou que mais aumentos nos preços do petróleo, por conta da instabilidade política no mundo árabe, poderá levar os preços dos alimentos a patamares ainda mais altos.

Os comentários de Atkinson ocorrem depois de o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Triched, alertar nesta quinta-feira sobre o aumento da inflação na zona do euro e previu um aumento das taxas básicas de juros no mês que vem.

Para as economias avançadas, o aumento dos preços do petróleo representam um desafio, disse Atkinson, completando: "há uma incerteza tremenda".

Em resposta à questão sobre riscos inflacionários nos Estados Unidos, Atkinson citou os recentes esforços do Federal Reserve (Fed) para limitar os riscos de deflação, enquanto a economia luta para se recuperação da recessão.

"Atualmente, inflação não é uma preocupação para a economia americana", disse.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilFMIInflação

Mais de Mundo

Kamala e Trump dizem que estão prontos para debate e Fox News propõe programa extra

Eleições nos EUA: como interpretar as pesquisas entre Kamala e Trump desta semana?

Eventual governo de Kamala seria de continuidade na política econômica dos EUA, diz Yellen

Maduro pede voto de indecisos enquanto rival promete 'não perseguir ninguém' se for eleito

Mais na Exame