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FMI cita risco de calote russo, mas não vê chance de crise financeira

Dirigente do FMI diz que impacto das sanções é bastante severo para a economia russa e calote não é improvável, mas não vê riscos disso desencadear crise financeira global

o aumento dos preços eleva a arrecadação fiscal ao provocar uma alta automática das receitas do imposto sobre o valor agregado (Yuri Gripas/Reuters)

o aumento dos preços eleva a arrecadação fiscal ao provocar uma alta automática das receitas do imposto sobre o valor agregado (Yuri Gripas/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de março de 2022 às 16h09.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou neste domingo, 13, que não vê um calote russo como evento improvável, uma vez que o país tem dinheiro para pagar sua dívida, mas não pode acessá-lo. Em entrevista à CBS, a dirigente avaliou que o impacto das sanções impostas por conta da incursão na Ucrânia é bastante severo para a economia russa, e que o país deve enfrentar uma recessão profunda.

Por sua vez, questionada se um eventual default russo poderia causar uma crise financeira global, respondeu que "por enquanto, não". Segundo Georgieva, a exposição total dos bancos à Rússia é de cerca de US$ 120 bilhões, o que não é para ser negligenciado, mas, definitivamente, "não é sistemicamente relevante". Além disso, a diretora diz que embora o FMI tenha rebaixado suas projeções do crescimento global para 2022, ainda será uma taxa de crescimento positiva.

Segundo a dirigente, há dois grupos de países com os quais "estamos muito preocupados". O primeiro são aqueles que ainda não se recuperaram da crise econômica induzida pela covid-19 e para eles, o choque é particularmente doloroso, afirmou. O segundo grupo são os que são mais dependentes da importação de energia da Rússia, porque aí o impacto no consumo, mas também na inflação vai ser mais acentuado, indicou.

Georgieva apontou o impacto nos preços de commodities, energia, grãos, fertilizantes e metais. Segundo ela, em países nos quais a inflação já está alta, o efeito pode ser "dramático". Entre os destaques, a diretora apontou Estados Unidos, Brasil e México. Um dos efeitos para tentar conter a alta nos preços é o aperto das condições financeiras, lembrou.

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