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FMI aumenta previsões de crescimento mundial

Hong Kong/Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou hoje para 4,6% sua previsão de crescimento mundial para 2010, devido ao forte impulso da Ásia na primeira metade do ano, mas expressou preocupação sobre a crise das dívidas em países europeus. O novo cálculo da entidade supera em quatro décimos o de abril e mantém […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Hong Kong/Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou hoje para 4,6% sua previsão de crescimento mundial para 2010, devido ao forte impulso da Ásia na primeira metade do ano, mas expressou preocupação sobre a crise das dívidas em países europeus.

O novo cálculo da entidade supera em quatro décimos o de abril e mantém sem mudanças sua previsão para 2011, de 4,3%.

Um painel de especialistas do FMI, liderado pelo conselheiro financeiro espanhol José Viñals e o francês Olivier Blanchard, conselheiro econômico, se reuniu em Hong Kong para divulgar a atualização das previsões de crescimento mundial e da análise do sistema financeiro.

Segundo o organismo, os países emergentes e as economias em desenvolvimento crescerão este ano meio ponto percentual a mais que o anteriormente previsto. Este aumento foi liderado pelo Brasil, sobre o qual o FMI subiu sua previsão de crescimento em 1,6 pontos percentuais, para 7,1% este ano.

Já a China terá um crescimento superior a 10% em 2010 e o da Índia está prestes a alcançar as duas cifras.

O FMI prevê uma recuperação dos países ricos a um ritmo "modesto", e acelerado para os mercados emergentes, com a Ásia e a América Latina na liderança.

A grande incógnita que pesa sobre a recuperação mundial, segundo a instituição, é a Europa, mais especificamente sua dívida soberana.

Viñals insistiu na necessidade de devolver confiança e estabilidade aos mercados, sem asfixiar a recuperação.

Segundo o especialista, uma medida concreta como a publicação do "teste de solvência" dos bancos na Europa é um passo importante, mas insuficiente se não forem anunciadas ao mesmo tempo "as medidas que serão tomadas para os bancos que não passarem no teste (de modo que cada vez que houver um problema também haja uma solução preparada), como foi feito nos EUA".


Outros riscos enfrentados pelo mundo, segundo o FMI, são uma redução da demanda, devido a planos de ajuste fiscal "excessivamente profundos ou mal desenhados", e o agravamento do setor imobiliário dos EUA, que ainda não dá sinais claros de recuperação.

O FMI manteve sua previsão de crescimento de 1% na zona do euro para este ano, mas a reduziu em dois décimos para 2011, até 1,3%. Sobre a Espanha, a instituição não alterou seus cálculos para esse ano, mas reduziu em três décimos sua previsão de crescimento para 2011, para 0,6%.

No entanto, o Reino Unido liderou a previsão para baixo em 2011, para um crescimento de 2,1% no ano que vem, quatro décimos abaixo dos cálculos apresentados em abril.

Viñals ressaltou a necessidade do pacote fiscal espanhol. "É uma medida necessária para estabilizar a confiança. Sem esse pacote fiscal, sem a necessária redução do déficit público, haveria um impacto muito desfavorável na confiança, na situação dos mercados, e isso seria muito nocivo para o crescimento econômico", disse.

"Avançar na direção de reduzir o déficit público é absolutamente importante no caso da Espanha", acrescentou.

A América Latina, segundo a entidade, crescerá 4,8% em 2010, graças ao impulso dado pelo Brasil, o que representa um aumento de oito décimos em comparação com seu cálculo de abril, mas o FMI não alterou sua estimativa para 2011 e a manteve em 4%.

Já o México, a segunda maior economia da região, crescerá 4,5% este ano e 4,4% no seguinte, depois que o FMI elevou sua previsão em dois décimos entre os dois anos.

A América do Sul se beneficiará do aumento recente de seus vínculos comerciais com a Ásia, enquanto a recuperação dos Estados Unidos - cuja economia crescerá 3,3% este ano e 2,9% em 2011 - repercutirá positivamente no México.

Devido à forte alta nos países emergentes, o FMI aconselhou uma redução nas políticas de estímulo, pois existe o risco de um aquecimento excessivo das economias de alguns deles.

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