Flynn pode confessar que Trump dirigiu contatos com a Rússia
Flynn reconheceu ter mentido sobre conversas que manteve em dezembro de 2016 com o então embaixador russo nos EUA
EFE
Publicado em 1 de dezembro de 2017 às 17h22.
Washington - Michael Flynn, ex-assessor de Segurança Nacional do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , planeja confessar ao procurador especial Robert Mueller que o magnata pediu o estabelecimento desses contatos com a Rússia quando Barack Obama ainda estava no poder, segundo a emissora "ABC".
Segundo a emissora, que cita como fonte um "confidente", Flynn está se preparando para testemunhar que Trump lhe pediu que entrasse em contato com o Kremlin com o objetivo de EUA e Rússia trabalharem juntos na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na Síria.
Essa informação foi revelada pouca depois de Flynn assinar um acordo de culpabilidade na Corte do Distrito de Columbia, no qual admitiu ter mentido ao FBI sobre seus contatos com a Rússia.
Flynn reconheceu ter mentido sobre conversas que manteve em dezembro de 2016 com o então embaixador russo nos EUA, Sergey Kislyak, sobre sanções que o então presidente americano, Barack Obama, tinha imposto à Rússia por seu papel no roubo de documentos ao Partido Democrata.
Como parte de seu acordo de culpabilidade, o ex-assessor admitiu que "importantes membros" da equipe de Trump sabiam de suas conversas com o embaixador russo.
Concretamente, segundo a declaração de culpabilidade, Flynn ligou para membros da equipe que preparava a transferência de poder entre Obama e Trump e chegou a, inclusive, conversar com eles sobre os seus contatos com a Rússia enquanto estavam no exclusivo clube de Trump em Mar-a-Lago, no litoral sudeste da Flórida.
Flynn renunciou em fevereiro deste ano depois que foram reveladas suas conversas com o embaixador russo.
O processo contra Flynn é alvo da investigação que em maio foi iniciada pelo procurador especial Robert Mueller para examinar os possíveis laços entre a Rússia e a campanha de Trump para influenciar nas eleições presidenciais de 2016 e favorecer a vitória do magnata republicano.