Fizemos o possível para evitar mortes de crianças em fronteira, dizem EUA
A afirmação foi feita depois que na noite de 24 de dezembro, uma criança guatemalteca de oito anos morreu em um hospital do estado do Novo México
EFE
Publicado em 31 de dezembro de 2018 às 08h39.
Última atualização em 31 de dezembro de 2018 às 08h45.
Washington — O comissário da Patrulha Fronteiriça dos Estados Unidos (CBP, por sua sigla em inglês), Kevin McAleenan, afirmou neste domingo (30) que os agentes desse corpo migratório fizeram todo o possível para evitar a morte de duas crianças guatemaltecas que faleceram em dezembro após terem ficado sob custódia.
"Nossos agentes fizeram todo o possível para salvar a vida dessas crianças quando começaram a manifestar os sintomas de suas doenças", afirmou McAleenan em entrevista ao programa "This Week" da rede de televisão americana "ABC".
McAleenan fez esta afirmação depois que na noite de 24 de dezembro, uma criança guatemalteca de oito anos morreu em um hospital do estado do Novo México (EUA) após ter estado sob custódia da polícia fronteiriça durante mais de uma semana.
Esta foi a segunda criança que morreu nas últimas semanas sob custódia das autoridades, já que em 8 de dezembro a guatemalteca Jakelin Caal Maquín, de 7 anos, morreu em um hospital do Texas após ter cruzado ilegalmente a fronteira desde o México junto ao seu pai.
Neste sentido, McAleenan afirmou que as mortes das duas crianças guatemaltecas foram "absolutamente devastadoras" para o corpo de agentes fronteiriços.
"Fazia mais de uma década que uma criança não morria em qualquer parte de nossos processos", indicou o comissário da CBP.
Para evitar que estas tragédias se repitam, McAleenan explicou que ele e a secretária de Segurança Nacional, Kirstjen Nielsen, ordenaram aos funcionários da fronteira a realização de controles médicos a todos os menores de 18 anos que ingressam no processo migratório e aos quais já estão sob custódia federal.
"Também estamos tentando mudar o sistema para que tenhamos a capacidade, seja com médicos ou assistentes médicos, de realizar um controle de admissão inicial para que saibamos se uma criança está sã quando chega à fronteira", argumentou o funcionário.
Nesta semana, Nielsen atribuiu as mortes ao aumento das detenções na fronteira e ao fato de que cada vez mais imigrante chegarem doentes.
Segundo a funcionária, nos últimos dois meses a Patrulha Fronteiriça deteve 139.817 imigrantes ilegais na fronteira com o México, 86% a mais que os 74.946 interceptados no mesmo período do ano passado.
Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, culpou os membros do Partido Democrata pelas mortes.
"Qualquer morte de crianças ou outras pessoas na fronteira é estritamente culpa dos democratas e de suas patéticas políticas de imigração que permitem que pessoas façam uma longa viagem pensando que podem entrar ilegalmente no nosso país", disse Trump no Twitter no sábado.