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Fitch quer novas medidas na UE para ajudar Portugal

Segunda a agência de risco, país não conseguirá se financiar caso o órgão não adote novas medidas para ajudar

José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal: conversas com a Alemanha para novas medidas (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2011 às 19h47.

Lisboa - A agência de qualificação Fitch advertiu nesta quinta-feira que existe "o risco de Portugal perder o acesso aos mercados para se financiar" caso a Europa não tomar medidas para enfrentar a crise da dívida soberana nos países periféricos.

Em um relatório sobre a crise da dívida soberana na Eurozona, os analistas de Fitch ligam o destino luso ao resultado das cúpulas previstas para o mês março no centro da União Europeia (UE).

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Nestas reuniões - a primeira delas, no dia 11 - se debaterão a flexibilização e ampliação do atual fundo de resgate e da criação de instrumentos financeiros em nível comunitário, como os chamados "eurobônus".

No entanto, a Alemanha mostrou seus receios sobre estas mudanças e exige em troca que os 27 países-membros da UE acordem um Plano de Competitividade, que poderia incluir medidas como deixar de associar as altas salariais à inflação e harmonizar o imposto de sociedades.

Fitch alertou, além disso, que se a solução da UE não satisfazer as expectativas dos investidores e Portugal não puder ter acesso ao financiamento, tudo isso terá "implicações adversas na qualificação da dívida portuguesa.

A agência de anotação financeira decidiu diminuir a qualificação da dívida lusa a longo prazo no final de dezembro de "AA-" a "A+" e a colocou sobre vigilância com perspectiva negativa.

No relatório divulgado nesta quinta-feira, os analistas de Fitch lembraram que a intervenção do Banco Central Europeu (BCE) é "importante para reduzir a extrema volatilidade" dos mercados, em referência tanto à compra de dívida pública de países periféricos por parte da instituição.

Também destacaram que o Executivo luso será obrigado a anunciar mais ajustes "muito provavelmente" para cumprir com seu propósito de diminuir o déficit público em 2,7 pontos em 2011, até 4,6%.

A publicação da última análise de Fitch foi anunciada um dia depois que a agência Standard & Poor's anunciou que Portugal pode ver-se forçado a recorrer à ajuda externa, como fizeram Grécia e Irlanda, por isso que manteve a dívida lusa em vigilância com perspectiva negativa e com nota "A-".

Ambas entidades coincidiram em considerar cruciais as medidas que se adotem no centro da UE para enfrentar a crise da dívida soberana.

Este foi também o assunto central que presidiu o encontro realizado na quarta-feira entre o primeiro-ministro luso, José Sócrates, e a chanceler alemã, Angela Merkel, em Berlim.

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