Polônia: o litígio entre os países começou após a Polônia adotar medidas para proteger os seus agricultores ( Artur Widak/NurPhoto/Getty Images)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 21 de setembro de 2023 às 14h34.
Última atualização em 21 de setembro de 2023 às 15h26.
O governo da Polônia anunciou na quarta-feira, 20, que vai deixar de fornecer armas à Ucrânia em meio a desentediamentos relacionados à importação de cereais ucranianos. “Já não transferimos armas para a Ucrânia porque agora estamos armando a Polônia”, disse o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki.
Morawiecki não detalhou em que momento o país deixará de fornecer os armamentos aos ucranianos e disse que vai fazer isso para que a Polônia modernize os seus equipamentos militares. "Estamos concentrados principalmente na modernização e no armamento rápido do Exército polonês, para que se torne um dos exércitos terrestres mais potentes da Europa em um prazo muito curto", explicou.
Aliado da Ucrânia desde o início da invasão da Rússia, a Polônia já recebeu cerca de 1 milhão de refugiados ucranianos e é um dos principais fornecedores de equipamentos militares e de ajuda humanitária.
O litígio entre os países começou após a Polônia adotar medidas para proteger os seus agricultores. Em abril, a União Europeia permitiu que Polônia, Hungria, Eslováquia, Bulgária e Romênia bloqueassem a comercialização do trigo da Ucrânia, devido às distorções que gerava nos preços dos mercados locais. Porém, na última sexta-feira, 15, a Comissão Europeia suspendeu as restrições.
No próximo mês, a Polônia vai realizar eleições. Por isso, a medida pode ser fundamental para o atual governo conseguir o apoio das regiões que concentram a produção agrícola e vencer o pleito.