Fillon será indiciado por caso envolvendo empregos fictícios
Apesar do anúncio, o candidato às eleições francesas anunciou que continuará na corrida pela presidência
AFP
Publicado em 1 de março de 2017 às 09h10.
Última atualização em 1 de março de 2017 às 11h21.
O candidato conservador às eleições presidenciais francesas François Fillon anunciou nesta quarta-feira que será indiciado em breve pelo caso de empregos fantasmas, mas que se manterá até o final na corrida pela presidência.
"Meu advogado informou que serei intimado no dia 15 de março pelos juízes de instrução para ser indiciado", afirmou Fillon em uma declaração à imprensa.
O candidato da direita, que há dois meses tem sua candidatura prejudicada pela revelação do emprego fictício de sua esposa, assegurou que comparecerá ante a justiça.
François Fillon denunciou um "assassinato político" e afirmou que se submeterá à "vontade do povo francês".
"Só o sufrágio universal e não um procedimento acusatório pode decidir quem será o próximo presidente da República", afirmou Fillon.
"Não cederei, não me renderei, não me retirará, irei até o final", enfatizou o candidato da centro-direta.
Fillon insistiu que acatará a ordem da justiça, mas denunciou a data da intimação.
"Não assassinam apenas a mim, como também às eleições presidenciais", afirmou.
O primeiro turno das eleições acontece em 23 de abril.
Após as primeiras revelações feitas pelo jornal Le Canard Enchaîné sobre suspeitas de emprego fictício de Penelope Fillon, esposa do candidato, a procuradoria lançou em25 de janeiro uma investigação preliminar.
As investigações se concentram nos cargos supostamente ocupados por Penelope Fillon como assistente parlamentar do marido e de seu suplente, trabalho pelo qual recebeu 680.380 euros, e como funcionária da revista Deux Mondes, cujo proprietário é um amigo do ex-primeiro-ministro.
Também são investigadosdois filhos do casal, que também receberam salários por supostamente ocuparem cargos de assistentes.
Fillon, até então favorito nas eleições depois de sua vitória nas primárias da centro-direita realizadas em outubro de 2015, caiu vertiginosamente nas pesquisas depois das revelações do semanário satírico.
Segundo as últimas pesquisas, Marine Le Pen, candidata da extrema-direita, e Emmanuel Macron, ex-ministro da Economia do presidente François Hollande, disputarão o segundo turno previsto para 7 de maio.
Desde o início do ano, os atos públicos de Fillon são perturbados por panelaços de manifestantes geralmente de esquerda.