Paris - O candidato conservador à presidência da França, François Fillon, desafiou nesta quinta-feira seus principais oponentes, a ultradireitista Marine Le Pen e o social-liberal Emmanuel Macron, a mostrarem suas declarações de bens e acusou o sistema de querer retirá-lo da corrida presidencial.

"Não tenho nada a esconder (...) Espero que meus oponentes sejam tão transparentes quanto eu", disse em um comício Fillon, que está no olho do furacão por suposta evasão de fundos públicos por nomear sua mulher, Penelope, e dois de seus filhos como assistentes parlamentares.

O candidato, que divulgou na última segunda-feira sua declaração de bens, fez estas declarações no mesmo dia no qual seus filhos prestaram depoimento e quando seus advogados pediram a anulação da acusação de corrupção ao considerar que ela "viola direitos fundamentais" de seu cliente.

"Querem nos roubar as eleições presidenciais para favorecer um duelo pelo qual o sistema suspira", denunciou no comício Fillon, em alusão a um segundo turno entre Le Pen e Macron, o mais provável atualmente segundo as pesquisas.

A polêmica sobre a veracidade dos trabalhos desempenhados por sua mulher e seus filhos prejudicou a imagem de Fillon, que caiu de favorito para as eleições presidenciais de 23 de abril para o terceiro lugar nas pesquisas para o primeiro turno.

Segundo o jornal "Le Canard Enchaîné", Penelope Fillon recebeu 900 mil euros como assistente parlamentar de seu marido pagos com dinheiro público e como colaboradora literária da revista "A Revue dês Deux Limpes" entre 2012 e 2013, e dois filhos do candidato, Charlie e Marie, embolsaram durante dois anos entre três mil e quatro mil euros mensais líquidos quando ainda eram estudantes de Direito.