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Filhos de Thatcher doam documentos da "Dama de Ferro"

Os filhos da ex-primeira-ministra britânica doaram a fundação documentos pessoais de alguns dos momentos mais importantes de seu mandato


	Margaret Thatcher: o patrimônio da "Dama de Ferro" está avaliado em 4,7 milhões de libras
 (Raul Junior)

Margaret Thatcher: o patrimônio da "Dama de Ferro" está avaliado em 4,7 milhões de libras (Raul Junior)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2015 às 17h07.

Londres - Os filhos da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher doaram a uma fundação com base na Universidade de Cambridge documentos pessoais de alguns dos momentos mais importantes de seu mandato (1979-90) para reduzir os impostos de sucessão, informou nesta quinta-feira o jornal "The Daily Telegraph".

O patrimônio da "Dama de Ferro" está avaliado em 4,7 milhões de libras (6,5 milhões de euros), do qual deveriam ser tributados cerca de 1,8 milhão (2,6 milhões de euros) em impostos de sucessões, segundo o jornal.

A doação dos documentos, avaliados em um milhão de libras (1,3 milhão de euros), permitirá então a Mark e Carol Thatcher, os filhos da governante falecida em 2013, reduzir pela metade esses impostos.

O "Daily Telegraph" acrescenta que os filhos de Thatcher receberam uma oferta de uma universidade americana que lhes oferecia uma grande soma de dinheiro pelos textos, mas que rejeitaram com a vontade de que os mesmos permanecessem no Reino Unido.

Os textos foram doados à Fundação Margaret Thatcher, com sede no Colégio Churchill da Universidade de Cambridge.

Thatcher, que governou por três mandatos consecutivos, deixou um terço de seu patrimônio a seu filho Mark, de 61 anos, a mesma quantia a sua irmã gêmea Carol, e outro terço a um fundo fiduciário para seus netos Michael, de 25 anos, e Amanda, de 20.

Entre os documentos doados se destacam memórias escritas à mão de 128 páginas nas quais Thatcher rememora a Guerra das Malvinas , que confrontou Argentina e o Reino Unido em 1982.

O texto reflete como a "Dama de Ferro" enfrentou seu então titular das Relações Exteriores, Francis Pym, em relação aos planos de paz propostos pelos Estados Unidos, que o diplomata defendia, mas que a primeira-ministra não via com bons olhos.

No dia 24 de abril daquele ano, pouco depois do início do conflito, Pym retornou de Washington com um acordo de paz sob o braço que Thatcher classifica em suas memórias de "completa traição".

"Esse seria um dos dias cruciais no relato das Malvinas e para mim pessoalmente", afirma Thatcher nessas memórias, segundo o jornal "The Guardian".

"Um antigo ministro da Defesa, e atual ministro das Relações Exteriores, recomendando a paz a esse preço", lamenta a então chefe de governo, que considerava que a proposta ia contra os interesses dos cidadãos das ilhas atlânticas.

Aquele documento foi rejeitado por Thatcher, mas Pym obteve êxito dez dias depois com uma segunda proposta, nessa ocasião proveniente do Peru, com a qual a primeira-ministra também não estava completamente satisfeita.

O ministro chegou a comunicar a Washington que Londres aceitava os termos do acordo, apesar de Thatcher ter redigido uma carta dirigida ao então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, na qual rejeitava o plano, mas nunca a chegou a enviar, segundo o historiador da Fundação Margaret Thatcher, Chris Collins.

A rejeição da proposta por parte da Argentina transformou os esforços diplomáticos de Pym em uma "vitória" meramente teórica, explicou Collins. 

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