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Filha de Allende desiste de concorrer à presidência do Chile

Filha de Salvador Allende desistiu de disputar a presidência para evitar um "racha" na esquerda chilena

Maria Isabel Allende: Partido Socialista ainda não definiu qual candidatura vai apoiar na eleição de 2017 (Wikimedia Commons)

Maria Isabel Allende: Partido Socialista ainda não definiu qual candidatura vai apoiar na eleição de 2017 (Wikimedia Commons)

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AFP

Publicado em 3 de novembro de 2016 às 07h35.

Última atualização em 3 de novembro de 2016 às 07h44.

A senadora chilena Isabel Allende, filha do falecido presidente Salvador Allende, anunciou nesta quarta-feira (2) a retirada de sua candidatura à presidência para evitar tensões na esquerda, onde o ex-presidente Ricardo Lagos aparece como principal postulante.

Em entrevista coletiva, Isabel explicou que sua candidatura e o fato de ser presidente do Partido Socialista (PS) estão gerando "uma tensão", que pode, no futuro, prejudicar a busca de um nome de consenso na esquerda chilena para as eleições presidenciais de novembro de 2017.

"A melhor maneira de encontrar o melhor caminho e, sobretudo, o caminho da unidade do PS, e não tensioná-lo, era justamente se eu depusesse minha candidatura", afirmou Isabel Allende, que teve seu pai assassinado no golpe militar de 1973.

Ela esclareceu que sua retirada não significa apoio a outro candidato, depois que o ex-presidente Lagos (2000-2006) manifestou sua intenção de querer ser o único candidato da Nueva Mayoría, a coalizão de cinco partidos de centro-esquerda atualmente no poder no governo de Michelle Bachelet.

"Ele (Lagos) me disse que gostaria de ser o candidato do PS-PPD, ao que eu respondi que o PS precisava ter seu tempo para refletir, que não há uma opção única", contou Allende sobre uma conversa privada com o ex-presidente.

Hoje, Lagos é o candidato à presidência com mais visibilidade dos partidos da esquerda chilena, que acaba de sofrer um duro golpe nas eleições municipais de outubro para a direita opositora.

O candidato da coalizão sairá das prévias partidárias que acontecem em julho do ano que vem, quatro meses antes das eleições. No governo, o senador e jornalista Alejandro Guillier também é um potencial candidato.

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