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Fifa investiga Del Nero por propinas na Copa de 2014

Dal Nero: a suspeita é que ele recebeu subornos de empresas para facilitar seu acesso ao Comitê Organizador Local


	Marco Polo Dal Nero: a suspeita é que ele recebeu subornos de empresas para facilitar seu acesso ao Comitê Organizador Local
 (Ricardo Stuckert/ CBF)

Marco Polo Dal Nero: a suspeita é que ele recebeu subornos de empresas para facilitar seu acesso ao Comitê Organizador Local (Ricardo Stuckert/ CBF)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2015 às 09h02.

Zurique - Marco Polo Del Nero está sendo investigado na Fifa por suspeitas de ter recebido propinas na Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

Os detalhes são mantidos em sigilo pelo Comitê de Ética da Fifa, que argumenta não poder dar informações para não prejudicar a apuração e comprometer as denúncias que recebeu.

Mas, se comprovado, o dirigente brasileiro seria banido para sempre do futebol e seria proibido de exercer qualquer tipo de função em clubes, ligas ou mesmo agir como consultor.

Os dados foram enviados ao Comitê de Ética da Fifa por "múltiplas fontes", segundo pessoas próximas ao caso. Uma delas teria sido a CPI do Futebol no Senado que, no dia 11 de novembro, encaminhou dossiê contra Marco Polo Del Nero para Zurique.

Doze dias depois, a Fifa abriu um processo formal contra o dirigente.

Um dos pontos investigados é a suspeita de que o cartola recebeu subornos de empresas para facilitar seu acesso ao Comitê Organizador Local da Copa (COL) e em diferentes sedes do Mundial como patrocinadoras ou apenas como fornecedoras.

Durante a Copa, mais de mil contratos foram assinados.

Del Nero entrou para o COL em maio de 2012, indicado pela Fifa e no auge do conflito entre os cartolas e o governo.

Naquele momento, não existia garantia de que os 12 estádios ficariam prontos e o governo bancaria os empréstimos, como a CBF e a Fifa pressionavam.

Por dois anos, Del Nero passou a fazer parte de todas as reuniões e decisões do grupo que, apenas da Fifa, recebeu mais de US$ 400 milhões para montar o evento.

Mas foi em abril de 2015, quase um ano depois de terminada a Copa do Mundo, que Del Nero assumiria a presidência do COL, com o fim da presidência de José Maria Marin da CBF.

Ele passou a acumular os cargos de sócio e diretor-presidente, com um salário de R$ 110 mil por mês. Seu mandato iria até janeiro de 2016, quando o COL oficialmente seria desfeito.

Fontes próximas ao caso indicaram que o comitê recebeu "volume massivo" de dados relacionados a Del Nero, inclusive com suspeita de uma "mesada" por causa dos contratos.

A investigação também tem apontado que Del Nero criou uma série de "escudos", evitando que os pagamentos ocorram em seu nome e designando empresas de fachada e aliados para que fossem usados como intermediários. Por isso, a quebra de sigilo bancário não se limitou ao dirigente.

Em um primeiro momento, Del Nero poderia ser suspenso por 90 dias na Fifa, enquanto seu caso seria examinado.

Mas a previsão do Comitê de Ética era de que, com os casos de Blatter e Platini na agenda para os dias 16 e 17 de dezembro, o processo de Del Nero ficaria apenas para 2016.

Com o indiciamento nos Estados Unidos, o brasileiro pode ver seu caso ser acelerado na Fifa.

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