O presidente da Fifa, Joseph Blatter, sob chuva de dólares falsos (Arnd Wiegmann/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de agosto de 2015 às 16h57.
A Fifa iniciou uma investigação interna sobre suposta corrupção na entidade esportiva, disseram duas pessoas familiarizadas com a questão, um desdobramento que pode assinalar uma cooperação maior com os inquéritos criminais de autoridades dos Estados Unidos e da Suíça.
Membros do comitê executivo da Fifa foram postos a par da apuração interna em uma reunião a portas fechadas em Zurique no mês passado, afirmaram as fontes, que falaram à Reuters sob condição de anonimato.
A firma norte-americana de advocacia Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan está conduzindo a investigação, que corre paralelamente às análises de EUA e Suíça, segundo as fontes. Espera-se que os resultados da investigação sejam compartilhados com as autoridades, acrescentaram.
A Fifa mergulhou no caos em maio, quando promotores norte-americanos anunciaram o indiciamento de nove dirigentes atuais e antigos, muitos dos quais tinham cargos na Fifa, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin, e de cinco executivos de marketing esportivo. Os promotores afirmaram que os 14 corromperam o esporte ao aceitar mais de 150 milhões de dólares em subornos e propinas por direitos midiáticos e de marketing.
TESTADO E APROVADO
Só se tinha conhecimento de que a Fifa havia contratado a Quinn Emanuel para representar seus interesses durante os inquéritos de EUA e Suíça. A Reuters não conseguiu determinar a que estágio chegou a verificação interna ou quanto tempo ela levará.
A Fifa está cooperando com as autoridades e não irá comentar investigações em curso, disse uma porta-voz da entidade sediada em Zurique.
“Estamos comprometidos a aprimorar a organização, e continuaremos a fortalecer a governança e a prestação de contas da Fifa.
Nosso trabalho nesta área evolui continuamente, e estamos determinados a alcançar os padrões mais altos para a comunidade internacional do futebol”, declarou a porta-voz em um comunicado.
Representantes das seis federações de futebol continentais ou se recusaram a comentar ou não responderam aos pedidos de comentário. No mundo corporativo, uma investigação interna como esta é uma prática comum se uma empresa puder ser alvo dos promotores norte-americanos.
Ao iniciar sua própria apuração, muitas vezes conduzida por uma firma de advocacia, a empresa pode tentar mostrar que está disposta a cooperar com as autoridades e que deseja chegar à raíz do problema.