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Fidel ironiza Obama sobre golpe contra Allende no Chile

Ex-presidente de Cuba também criticou postura do líder norte-americano ao não se comprometer propriamente com a candidatura do Brasil ao Conselho de Segurança da ONU

O ex-líder cubano Fidel Castro criticou também a intervenção na Líbia (Jorge Rey/Getty Images)

O ex-líder cubano Fidel Castro criticou também a intervenção na Líbia (Jorge Rey/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2011 às 14h37.

Havana - O ex-presidente de Cuba Fidel Castro questiona se o governante americano Barack Obama pedirá desculpas pelo golpe militar contra Salvador Allende em 1973, segundo escreve em um novo artigo divulgado nesta segunda-feira pela imprensa oficial.

O líder cubano dedica a última de suas "Reflexões" à primeira viagem de Obama pela América Latina que, segundo sua opinião, deixou em "segundo plano" os eventos na Líbia e no Japão.

"Levando em conta que seu ilustre antecessor Richard Nixon promoveu o golpe de Estado e a morte heroica de Salvador Allende, além das torturas e do assassinato de milhares de pessoas, pedirá o senhor Obama desculpas ao povo do Chile?", questiona Fidel.

O Chile é a segunda etapa da viagem latino-americana de Obama depois de sua passagem pelo Brasil, onde, segundo Fidel Castro, "ficaram evidentes as contradições de interesses entre os Estados Unidos e esse país irmão".

Na opinião do ex-presidente cubano, Obama "quis se reconciliar com o gigante sul-americano" ao elogiar sua extraordinária ascensão e seu crescimento econômico, "mas não se comprometeu nem um pouco com apoiar o Brasil como membro permanente do privilegiado Conselho de Segurança".

Fidel também resenha que a presidente brasileira, Dilma Rousseff, "não vacilou em expressar sua insatisfação com as medidas protecionistas que os EUA aplicam ao Brasil, através de tarifas e subsídios que constituíram um forte obstáculo à economia desse país".

Em seu artigo, o ex-presidente cubano menciona também o conflito na Líbia e a intervenção internacional da operação "Odisseia do Amanhecer".

"Uma guerra era a coisa mais inoportuna que poderia ocorrer neste momento" quando o mundo está comovido pela tragédia do terremoto do Japão e seu acidente nuclear, afirmou.

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