Fernández encontra Papa em início de viagem com foco no FMI
Argentino também nomeou María Fernanda Silva como embaixadora do país no Vaticano
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2020 às 06h02.
Última atualização em 31 de janeiro de 2020 às 06h52.
São Paulo — Poucos dias após voltar de Israel, destino de sua primeira viagem internacional depois de assumir a presidência da Argentina, o peronista Alberto Fernández visita o Vaticano nesta sexta-feira para encontrar o também argentino Papa Francisco.
O encontro ansiosamente aguardado pelos católicos do país também marcará a nomeação oficial da primeira embaixadora negra da história da Argentina .
María Fernanda Silva trabalha no serviço exterior argentino há mais de 30 anos e assumirá a embaixada do Vaticano, na qual já foi subsecretária, a partir desta sexta-feira. Além do Vaticano, a nova diplomata já trabalhou nas embaixadas do Equador, Venezuela e Unasul –– União das Nações Sul-Americanas.
A nomeação é justificada por décadas de trabalho nas relações internacionais argentinas e por esforços junto a organizações católicas para a proteção de imigrantes, uma das bandeiras defendidas pelo Papa Francisco.
Além de María Fernanda, o ministro das relações exteriores da Argentina, Felipe Solá, acompanhará Fernández no encontro com o Papa.
Em homenagem ao presidente peronista –– e também ao anfitrião –– o hino da Argentina deve ser tocado dentro do Cortile San Dámaso, Palácio oficial do bispo de Roma. O encontro não tem tempo estipulado.
Desde que era candidato à presidência argentina, Fernández defendeu mandar ao Congresso uma lei para regularizar o abordo. O peronista se diz defensor da descriminalização da prática e, em entrevistas recentes, disse que seu governo abordará o tema o quanto antes. Embora o Papa Francisco seja considerado um dos pontífices mais modernos e flexíveis da história, o tema deverá ser evitado durante o encontro.
Depois do Vaticano, Fernández visitará Itália, Alemanha, Espanha e França, onde se reunirá com os chefes de estado de cada país numa viagem tida como fundamental para conquistar apoio em sua renegociação de dívidas com o Fundo Monetário Internacional.
Na ausência de Fernández, sua vice, Cristina Kirchner, assumirá interinamente a presidência do país pela segunda vez em poucos dias. Assim como da primeira vez, a volta de Cristina ao cargo deve ser motivo de excitação entre os Kirchneristas.