Mundo

Federico Franco substitui diretor-geral paraguaio de Itaipu

A medida foi decretada por Franco com caráter interino, à espera de que o Poder Legislativo ratifique a designação

Novo presidente do Paraguai, Federico Franco: ''Sem mais venda de energia elétrica, embora hoje nos traga divisas!'' (Reuters/Mario Valdez)

Novo presidente do Paraguai, Federico Franco: ''Sem mais venda de energia elétrica, embora hoje nos traga divisas!'' (Reuters/Mario Valdez)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2012 às 22h14.

Assunção - O novo presidente do Paraguai, Federico Franco, nomeou nesta segunda-feira Franklin Anki Boccia como novo diretor-geral paraguaio da usina hidrelétrica de Itaipu, compartilhada com o Brasil, em um evento carregado de simbolismo pela importância que a empresa binacional tem ao país.

''Sem mais venda de energia elétrica, embora hoje nos traga divisas! Utilização plena de nossa energia aqui, gerando postos de trabalho!'', exclamou o novo diretor-geral, alinhado com o discurso de Franco de que o Paraguai deve aproveitar mais seus próprios recursos energéticos, em vez de cedê-los aos vizinhos - o Paraguai recebe do Brasil US$ 360 milhões anuais pela energia de Itaipu.

A medida foi decretada por Franco com caráter interino, à espera de que o Poder Legislativo ratifique a designação. Boccia substitui Efraín Enríquez, que estava desde 2011 a direção paraguaia na diretoria de Itaipu - tanto Brasil como Paraguai têm um representante cada na direção máxima da empresa.

O novo líder paraguaio esteve presente no ato privado que significou o revezamento, mas se ausentou da cerimônia pública realizada em seguida na sede da empresa hidrelétrica em Assunção.

Em seu lugar, o ministro das Relações Exteriores paraguaio, José Fernández, qualificou o ato de ''simbólico'' por considerar Itaipu ''a grande empresa paraguaia''. Prometeu que, com o novo diretor, será possível ''um melhor desenvolvimento'' para a população do país.

Além disso, enviou uma mensagem às autoridades brasileiras sobre as intenções do novo Executivo paraguaio. ''A essa nação irmã que é o Brasil: Itaipu é o braço plural de uma integração que agora tem alguma dificuldade'', declarou Fernández. Segundo ele, essa integração vai continuar se aprofundando graças à colaboração entre os povos dos dois países, ''inclusive acima de seus próprios governantes''.


Boccia destacou os avanços na concretização da nova linha de 500 kw que pretende conectar a hidrelétrica com a região ocidental do país no início de 2013.

O novo diretor-geral prometeu, além disso, levar adiante a investigação de um caso de corrupção detectado em 2009 no fundo de previdência Cajubi - dos trabalhadores da empresa. O caso envolve uma quantia de US$ 104 milhões e já há vários funcionários processados.

Além de Boccia, foram nomeados Eusebio Ramón Ayala para a direção jurídica da companhia, Alberto Magno Ricardo González para a de Administração e Sady Aranda de González para a de Coordenação.

O governo Federico Franco - que na sexta-feira assumiu o cargo após a destituição de Fernando Lugo, que sofreu processo de impeachment no Senado - decidiu, no entanto, manter Enrique Cáceres como diretor da hidrelétrica de Yacyretá, que o Paraguai compartilha com a Argentina, no cargo desde o final de 2011. ''O diretor está confirmado (no cargo). Não se prevê nenhuma mudança'', disse à Agência Efe um porta-voz desta instituição.

As duas centrais elétricas representaram 11,2% do PIB do Paraguai de 2011 e 14,3% no primeiro trimestre de 2012, segundo dados do Banco Central do país. No ano passado, o Paraguai cedeu ao Brasil e à Argentina 92% da energia que ambas produzem.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaEmpresasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEnergia elétricaEstatais brasileirasHidrelétricasItaipuParaguaiServiçosUsinas

Mais de Mundo

Trump afirma que declarará cartéis de drogas como organizações terroristas

Polícia da Zâmbia prende 2 “bruxos” por complô para enfeitiçar presidente do país

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia