Impacto econômico: Fed descarta efeito duradouro das tarifas de Trump na inflação (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 8 de janeiro de 2025 às 15h05.
É pouco provável que eventuais aumentos de tarifas, quando Donald Trump assumir como presidente dos Estados Unidos, tenham um efeito "significativo ou persistente" sobre a inflação, estimou nesta quarta-feira, 8, um alto funcionário do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
Trump delineou várias propostas, incluindo um plano para aumentar as tarifas sobre todas as mercadorias que entram no país. A medida tem sido amplamente criticada por economistas, que temem o encarecimento de produtos e, consequentemente, efeitos inflacionários.
No entanto, em uma apresentação na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) em Paris, o governador do Fed Christopher Waller – que não mencionou especificamente Trump – sugeriu que as preocupações sobre essas medidas podem ser exageradas.
“Se, como espero, as tarifas não tiverem um efeito significativo ou persistente sobre a inflação, provavelmente não afetarão minha visão sobre a política monetária”, disse Waller, que é membro votante do Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC), responsável pelas taxas básicas de juros nos Estados Unidos.
Waller também destacou que “a inflação continuará se moderando em direção ao objetivo de 2%” anual do Fed “no médio prazo” e que novos cortes nas taxas de juros podem ser considerados. Ele acrescentou que, caso a economia evolua como esperado, novos cortes nas taxas ainda este ano serão apoiados.
Dados do CME Group indicam que os operadores de futuros aumentaram sua expectativa de que o Fed fará uma pausa nos cortes de taxas na reunião do próximo mês: agora, 95% acreditam que não haverá redução no próximo encontro.