James Comey, do FBI: há uma dúzia de americanos em organizações terroristas, diz (foto/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de novembro de 2014 às 17h20.
Os Estados Unidos enfrentam um número crescente de violentos extremistas radicalizados pela Internet e inspirados nos jihadistas da Síria e do Iraque, alertou a Polícia Federal americana (FBI), nesta segunda-feira.
Em entrevista coletiva em Nova York, o diretor do FBI, James Comey, disse que o perigo pode ser visto "de uma forma muito real", em referência às mortes de dois soldados em ataques recentes no Canadá.
Comey afirmou que descobrir os indivíduos que se inspiram no grupo jihadista Estado Islâmico (EI), ativo na Síria e no Iraque, é "extremamente difícil".
Segundo ele, o FBI "trabalha nisso todos os dias".
O risco é nacional e está representado por pessoas de todas as idades, diferentes origens étnicas e camadas sociais, acrescentou o diretor do FBI, na Conferência sobre Contraterrorismo, na Universidade de Direito Fordham.
"É um problema em qualquer lugar que tenha pessoas atormentadas com acesso à Internet, e isso é em qualquer parte desse grande país que é o nosso", disse.
Apesar de não ter contato com membros da Al Qaeda, ou com o EI, essas pessoas são radicalizadas pela propaganda on-line e "equipadas para se lançar em sua Jihad, mesmo sem sair de seu sótão, ou de seu quarto", acrescentou.
"Podem conseguir na Internet tudo de que precisam para cometer uma ação violenta aqui nos Estados Unidos", continuou, pedindo aos americanos que informem sobre qualquer comportamento suspeito que observarem.
Segundo Comey, há "uma dúzia" de americanos combatendo em organizações terroristas.
"Nós os acompanhamos muito cuidadosamente, se voltarem aos Estados Unidos. Se eu tiver provas de que você lutou para qualquer uma dessas organizações terroristas estrangeiras, você vai para a prisão", frisou.
O diretor do FBI alertou ainda que as iniciativas da Apple e do Google para codificar todos os dados de seus clientes pode dificultar o rastreamento dos indivíduos que usam as redes sociais para preparar ações terroristas.