Favorito ao cargo de May, Johnson promete cortar imposto dos mais ricos
Sobre o Brexit, o principal candidato ao cargo de primeiro-ministro afirmou que os líderes europeus esperam propostas do Parlamento britânico
Reuters
Publicado em 10 de junho de 2019 às 13h58.
Última atualização em 10 de junho de 2019 às 14h56.
Londres — Defensor destacado da separação britânica da União Europeia , Boris Johnson prometeu cortar impostos dos que ganham mais, caso se torne o próximo primeiro-ministro do Reino Unido agora que a corrida para suceder Theresa May — e assumir o Brexit — começou oficialmente nesta segunda-feira.
May renunciou à liderança do governista Partido Conservador na sexta-feira, tendo fracassado três vezes na tentativa de obter o apoio do Parlamento a uma desfiliação da UE que deveria solucionar a maior crise política britânica em uma geração.
As candidaturas devem ser registradas até esta segunda-feira, e cada um dos 11 candidatos declarados precisa angariar ao menos oito apoiadores entre os mais de 300 parlamentares conservadores eleitos.
Vários concorrentes parecem incapazes disso, e uma votação no final desta semana reduzirá o páreo ainda mais.
Diversos deles expuseram suas plataformas no lançamento de suas campanhas nesta segunda-feira -e embora todos tenham mostrado disposição para estabelecer uma agenda doméstica, foi o Brexit que dominou.
Quase todos prometerem que conseguem solucionar a charada do Brexit -que derrotou May após três anos de conversas com a UE- em meros três meses, entre a escolha do novo líder, no final de julho, e o prazo atual de saída de 31 de outubro.
"Sem o Brexit, não haverá um governo conservador e talvez nem um Partido Conservador", disse o secretário das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, no lançamento de sua campanha. "Das minhas conversas com líderes europeus, está claro para mim que existe um acordo a ser feito; eles querem que apresentemos propostas."
Dominic Raab, que foi ministro do Brexit e saiu por rejeitar o acordo de saída de May, disse que ele também poderia conseguir um novo pacto, mas prometeu que o Reino Unido deixará o bloco em 31 de outubro, mesmo que isso signifique regredir para os termos comerciais básicos da Organização Mundial do Comércio (OMC).
As diferenças entre os candidatos refletem a desunião dos conservadores na questão, o que significa que, três anos após 52% do país decidir pela ruptura com a UE, continua incerto como, quando ou até se esta ocorrerá.
A incerteza afetou a economia britânica, que encolheu 0,4% em abril, mostraram cifras oficiais nesta segunda-feira -um recuo maior do que qualquer economista previu em uma pesquisa realizada pela Reuters na semana passada.