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Farc pedem reforma da Justiça colombiana

A guerrilha também pediu a criação de uma comissão internacional independente que investigue o conflito armado de quase meio século no país


	O comandante das Farc Iván Márquez: "A justiça colombiana tem sido "politizada pelo braço executivo e a responsabilidade do Estado nos fatos de guerra a desqualifica cada dia mais", afirmou as Farc.
 (©afp.com / adalberto roque)

O comandante das Farc Iván Márquez: "A justiça colombiana tem sido "politizada pelo braço executivo e a responsabilidade do Estado nos fatos de guerra a desqualifica cada dia mais", afirmou as Farc. (©afp.com / adalberto roque)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2013 às 12h32.

Havana - A guerrilha das Farc pediu nesta segunda-feira, em Havana, uma reforma da Justiça colombiana e a criação de uma comissão internacional independente que investigue o conflito armado de quase meio século naquele país.

"A justiça deve ser reformada para que o braço jurisdicional conquiste a independência orgânica", afirma um comunicado da guerrilha lido pelo dirigente Pablo Catatumbo no Palácio das Convenções de Havana, sede dos diálogos de paz com o governo colombiano, iniciado há nove meses.

A justiça colombiana tem sido "politizada pelo braço executivo e a responsabilidade do Estado nos fatos de guerra a desqualifica cada dia mais", completa o comunicado das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

A guerrilha também propôs, com o objetivo de resolver o ponto cinco da agenda de paz - a reparação das vítimas - a criação de uma comissão independente que investigue o conflito armado, que tenha acesso aos arquivos dos serviços secretos e do governo.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse, por sua vez, que não se pode pretender deixar as Farc de joelhos nas negociações em Cuba, ao mesmo tempo que reconheceu a vontade de paz do grupo guerrilheiro.

"Do que estou convencido e está convencido o mundo inteiro é que a uma guerrilha como as Farc é preciso dar uma saída. Não podemos deixá-los de joelho nem humilhá-los", afirmou em entrevista à rádio Caracol.

Santos, que na quarta-feira completará o terceiro dos quatro anos de mandato, defendeu a possibilidade de que os comandantes das Farc possam aspirar a cargos eletivos se abandonarem as armas.

"Já afirmamos: política sim, mas sem armas", disse o presidente, ao reiterar a recusa de concordar com um cessar-fogo bilateral enquanto avançam os diálogos, pois segundo ele isto pode ser aproveitado pelas Farc para ganhar força e prolongar o conflito, que dura mais de meio século.

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