O comandante das Farc Iván Márquez: as outras duas propostas mínimas são uma reforma fiscal e assegurar a participação política dos camponeses. (©afp.com / adalberto roque)
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2013 às 15h20.
Havana - A guerrilha comunista das Farc lançou nesta quarta-feira quatro "propostas mínimas" para reformar o Estado colombiano, que incluem o fim das políticas neoliberais e a convocação de uma assembleia constituinte, no âmbito das negociações de paz em Havana.
As outras duas propostas mínimas são uma reforma fiscal e assegurar a participação política dos camponeses, disse o chefe negociador das Farc, Iván Márquez, em sua chegada ao Palácio das Convenções de Havana, sede do diálogo com a delegação do governo liderada por Humberto de la Calle.
A guerrilha pretende reformar o Estado "com o objetivo de garantir conteúdos e as formulações de políticas públicas em benefício da sociedade", disse Márquez.
"Isto implica desneoliberalizar e desprivatizar o Estado para colocá-lo a serviço da soberania nacional, da transformação democrática e do desenvolvimento do campo", afirmou.
Márquez indicou que também se deve avançar na "transformação democrática do campo", para a qual é preciso "facilitar a participação ativa de comunidades rurais, indígenas e afrodescendentes".
A guerrilha também propôs uma reforma fiscal e a convocação a uma "assembleia nacional constituinte" que dote a Colômbia de uma nova carta magna.
"Este compêndio (de propostas) foi construído reunindo as iniciativas mais sinceras expressadas por organizações populares e com elas procuramos assentar as bases para a dignificação das comunidades rurais", disse Márquez, número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Estas quatro propostas se somam a outra centena de medidas que a guerrilha apresentou durante as negociações de paz, iniciadas em 19 de novembro.