Mundo

Farc: guerrilha mais antiga da América Latina

As Farc foram fundadas em 1964 por pouco mais de vinte camponeses liberais marcados pelo período que ficou conhecido como "La Violencia"

Guerrilheiros caminham por montanhas durante combates com o Exército colombiano: desde os anos 1980, as Farc iniciaram sem êxito três tentativas de negociação (©AFP/Archivo / luis robayo)

Guerrilheiros caminham por montanhas durante combates com o Exército colombiano: desde os anos 1980, as Farc iniciaram sem êxito três tentativas de negociação (©AFP/Archivo / luis robayo)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2012 às 15h32.

Bogotá - As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que, nesta segunda-feira, confirmaram terem iniciado contatos com o governo do presidente Juan Manuel Santos em busca de um acordo de paz, são a guerrilha mais antiga da América Latina, com 48 anos de luta armada.

As Farc foram fundadas em 1964 por pouco mais de vinte camponeses liberais marcados pelo período que ficou conhecido como "La Violencia", iniciado pelo assassinato, em 1948, do líder do Partido Liberal, Jorge Eliécer Gaitán. Esse período, caracterizados por crimes e massacres entre liberais e conservadores, se estendeu até meados dos anos 1950.

Este grupo abraçou posteriormente o marxismo sob a liderança de Pedro Antonio Marín, mais conhecido como Manuel Marulanda Vélez ou Tirofijo.

Na década de 1980, chegaram a contar com de 17.000 a 20.000 integrantes em 108 frentes mobilizadas em quase todo o país, inclusive na periferia de Bogotá.

Mas, atualmente, esta guerrilha se encontra reduzida a 9.200 combatentes, confinados nas zonas rurais mais distantes, depois de ter sido combatida frontalmente durante a última década pelo governo colombiano, que contou, para isso, com a ajuda dos Estados Unidos através do Plano Colômbia.

As Farc também se caracterizou pelo sequestro tanto de civis, com fins de extorsão econômica, como de políticos e militares, em busca de uma troca de sequestrados pelos combatentes presos.


Entre seus reféns mais conhecidos, estava a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, de dupla nacionalidade colombiana e francesa, libertada pelo Exército colombiano em 2008 depois de seis anos de cativeiro.

Também nos últimos anos, as Farc tiveram como uma de suas fontes de financiamento o negócio das drogas, com a proteção das plantações de coca e maconha e a cobrança de extorsão aos traficantes, segundo os especialistas.

Colocada na lista de organizações terroristas dos Estados Unidos e da União Europeia, também organizou ataques diretos contra guarnições militares, em distantes povoados rurais, causando inúmeras vítimas militares e civis.

Em fevereiro passado, as Farc anunciaram que abandonavam a prática do sequestro de civis, outra de suas fontes de financiamento, e, em abril, libertaram unilateralmente os últimos dez policiais e soldados que mantinham em seu poder.

Essa mudança de estratégia ocorreu depois que o Exército matou, em 2011, seu então líder máximo, Alfonso Cano, substituído por Rodrigo Londoño, ou Timoleón Jiménez ou Timochenko, que manifestou em diversas ocasiões sua vontade de encontrar uma solução negociada para o conflito.

Em 2008, as Farc já haviam sofrido duas graves perdas: a de seu porta-voz Raúl Reyes, morto em uma incursão do Exército colombiano no Equador, e a de seu líder histórico Marulanda, falecido por causas naturais.

Desde os anos 1980, as Farc iniciaram sem êxito três tentativas de negociação. No final desta década, foram as Farc que tentaram realizar sem êxito três tentativas de negociação.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaColômbiaFarcNegociações

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal