FAO pede que oceanos não sejam tratados como piscina de lixos
O chefe da FAO discursou no lançamento de um navio de pesquisa de US$ 65 mi que irá ajudar as nações em desenvolvimento a administrar seus cardumes
Reuters
Publicado em 24 de março de 2017 às 17h17.
Oslo - O mundo precisa parar de tratar os oceanos como uma "piscina de lixos" da poluição , disse o chefe de uma agência da Organização das Nações Unidas ( ONU ) nesta sexta-feira no lançamento de um navio de pesquisa de 65 milhões de dólares em Oslo que irá ajudar as nações em desenvolvimento a administrar seus cardumes.
O navio Dr Fritjof Nansen, que tem 75 metros de comprimento e foi financiado pela Noruega, irá ajudar a entender os cardumes, principalmente no litoral da África, para evitar a pesca excessiva e a poluição, que vêm exaurindo muitos cardumes comerciais em todo o mundo.
A embarcação irá iniciar sua primeira missão de mapeamento na costa da África Ocidental em maio, um programa conjunto entre a ONU e Noruega.
"Durante muito tempo cultivamos a ideia de que o oceano é uma espécie de piscina de resíduos onde atiramos tudo que não queremos", disse o brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês). "Isso precisa mudar."
A primeira-ministra norueguesa, Erna Solberg, quebrou uma garrafa de champanhe no casco branco do navio, que conta com equipamentos de alta tecnologia que vão de sonares a laboratórios.
"Temos que fazer com que os oceanos sejam administrados de forma mais sustentável do que são hoje", disse ela à Reuters.
A embarcação foi batizada em homenagem a Fridjof Nansen, um explorador, diplomata e humanitário norueguês que recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1922.
"O maior problema que temos em todo o mundo é que estamos praticando uma pesca predatória... porque há muito pouco controle", afirmou.
A poluição, que vai dos resíduos industriais a garrafas plásticas usadas no cotidiano, e a mudança climática estão aumentando esse estresse.
O navio é a versão mais recente de um barco de pesquisa de mesmo nome que trabalhou no litoral de mais de 60 países nas últimas décadas, ajudando a identificar novos locais de pesca da Nicarágua ao Sri Lanka.