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FAO defende programas de transferência de renda para combater a fome

Órgão teme que aumento dos preços leve o mundo para uma crise alimentar

Campo de trigo: preços dos alimentos atingiram o recorde segundo a FAO (Faísca/Wikimedia Commons)

Campo de trigo: preços dos alimentos atingiram o recorde segundo a FAO (Faísca/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2011 às 17h28.

Brasília – A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) advertiu hoje (26) que políticas públicas inadequadas podem agravar a crise de alimentos causada pela alta dos preços no mundo. Para os especialistas, restringir as exportações, como optam alguns países superavitários, pode piorar a situação global, pois gera incerteza e a depreciação dos preços do mercado interno.

A FAO recomendou ainda que os governos se esforcem na execução de programas de segurança alimentar para as camadas pobres da população. No Brasil, o carro-chefe dos programas de transferência de renda é o Bolsa Família. Segundo a organização das Nações Unidas, os programas de transferência de renda ou alimentos são essenciais para o “desenvolvimento” de um sistema completo na cadeia de segurança alimentar.

"A experiência da crise alimentar de 2007 a 2008 mostra que, em alguns casos, decisões tomadas de forma precipitada pelos governos que tinham o objetivo de atenuar o impacto da crise acabaram por contribuir e até agravar a crise impactando sobre a insegurança alimentar", disse o diretor de Políticas da FAO e da Divisão de Apoio ao Programa de Desenvolvimento, Richard China.

O Índice de Preços da FAO – que é uma espécie de referência de preços dos alimentos básicos em nível internacional - atingiu o pico em dezembro de 2010. "Com esse novo choque de preços agora, dois anos depois da crise [financeira internacional], há uma séria preocupação sobre as implicações para os mercados de alimentos nos países vulneráveis", disse China.

De acordo com a FAO, os mais afetados pela alta dos preços são as pessoas que vivem em centros urbanos e pequenos agricultores de países em desenvolvimento. Segundo especialistas, os mais pobres gastam de 70% a 75% da sua renda para comprar alimentos.

A FAO ressaltou ainda que não existe um “guia” com regras definidas sobre as medidas que devem ser adotadas para o sucesso em cada país. De acordo com especialistas, o ideal é buscar a combinação de ações políticas e programáticas adaptadas às condições locais e acordados pelas partes interessadas em cada país.

Em um relatório divulgado hoje, a FAO recomenda que os governos estimulem a produção de sementes em parceria com escolas, comunidades, grupos de agricultores e cooperativas.

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