FAO alerta sobre possível praga de gafanhotos
Em comunicado, a agência pediu que a vigilância seja rígida no noroeste da África, no Chifre da África e no Iêmen
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2015 às 13h07.
Última atualização em 18 de setembro de 2019 às 16h43.
Roma - A Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO) alertou nesta quarta-feira sobre a possibilidade de uma nova praga de gafanhotos na África e no Oriente Médio após as recentes fortes chuvas e ciclones, associados ao fenômeno meteorológico do El Niño.
Em comunicado, a agência pediu que a vigilância seja rígida no noroeste da África, no Chifre da África e no Iêmen porque as últimas chuvas, fortes e generalizadas, poderiam favorecer a criação de gafanhotos do deserto.
O objetivo é evitar que nos próximos meses haja um número em massa de gafanhotos já que, como explicou o especialista da FAO Keith Cressman, a chuva fornece umidade ao solo para que os insetos ponham seus ovos e permite que a vegetação cresça, determinante para os gafanhotos porque eles necessitam dela para se alimentar e se refugiar.
Após levantar o voo, enxames de dezenas de milhões de gafanhotos podem se deslocar até 150 quilômetros por dia empurrados pelo vento, segundo a organização, que calcula que um pequeno enxame come a mesma quantidade de alimentos diariamente que cerca de 35 mil pessoas.
Enquanto o número de gafanhotos diminui durante as secas, às vezes após as inundações e os ciclones ocorrem surtos que, se não forem controlados, podem gerar pragas.
No final de outubro, caíram fortes chuvas na Mauritânia, no Saara ocidental, Marrocos, Argélia e Líbia, enquanto são previstas chuvas superiores à média no norte da Somália como consequência do El Niño.
Além disso, o sul do Iêmen foi afetado no começo de novembro por precipitações associadas ao ciclone tropical Chapala e pouco depois pelo ciclone Megh, que também afetou a Somália e causou inundações e numerosos danos.
Segundo a FAO, as chuvas começaram um pouco antes do normal, no começo de outubro, a margens do Mar Vermelho, o que poderia dar tempo suficiente para que esses insetos se desenvolvam no Sudão, Eritreia, Egito, Arábia Saudita e no Iêmen.