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Famílias retiradas de Amoná irão para colônia oficial de Israel

Se o projeto sair, será o primeiro assentamento estabelecido pelo governo em mais de 20 anos

Moradores de ocupação da Cisjordânia carregam seus pertences após remoção feita por Israel (Ronen Zvulun/Reuters)

Moradores de ocupação da Cisjordânia carregam seus pertences após remoção feita por Israel (Ronen Zvulun/Reuters)

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EFE

Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 09h08.

Jerusalém - As 41 famílias que foram retiradas na quarta-feira da colônia judaica de Amoná, no território ocupado da Cisjordânia, serão transferidos para um novo assentamento, o primeiro que Israel construirá de forma oficial em mais de 20 anos.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deu a ordem para que as famílias sejam instaladas em uma nova colônia que será criada para elas. Ainda não há nome para o empreendimento.

"Se o projeto sair, será o primeiro assentamento estabelecido pelo governo em mais de 20 anos", disse o jornal "Ha'aretz".

Outros veículos da imprensa local, como o "Jerusalem Post", lembram que a última colônia judaica criada foi a de Revavá, em 1991, autorizada pelo então primeiro-ministro Yitzhak Samir.

A ONG Paz Agora indica, no entanto, que o último assentamento erguido pelo governo israelense foi o de Eshkolot, no sul da Cisjordânia, dois meses depois de Revavá.

De qualquer forma, 94.100 colonos viviam na Cisjordânia (sem incluir Jerusalém Oriental) na época. Hoje, esse número chega a 400 mil, de acordo com estatísticas da organização.

"No terreno, tanto faz se foi ou não autorizado. Mas, em nível institucional, político e legal, tem uma grande importância para nós", disse à Agência Efe o chefe de pesquisa da Unidade de Vigilância de Assentamentos da ONG Paz Agora, Haguit Ofran.

"Quando é o governo que decide, temos quem criticar, pedir explicações e pressionar. Preferimos isso do que ocorreu em 1996, quando os colonos assumiram as rédeas e decidiram a política de colonização", comentou.

Ofran fez uma referência ao primeiro mandato de Netanyahu. Entre 1996 e 1996, quando os colonos passaram a determinar onde seriam os assentamentos, como da própria colônia de Amoná. Depois de estabelecidos, eles tentam obter reconhecimento legal do governo.

Netanyahu legalizou na época cerca de 30 colônias, mas foi forçado em 2000 a deixar as regras mais difíceis depois das pressões da comunidade internacional, que condena os assentamentos israelenses no território palestino ocupado desde 1967.

Os colonos criaram 97 acampamentos nas últimas duas décadas. Muitos deles já foram transformados em autênticas colônias e quase 50 ainda não tem autorização oficial das autoridades.

O parlamento de Israel está debatendo um projeto de lei, elaborado pelo partido Lar Judaico, do ministro Naftali Bennett, para regularizar as colônias retroativamente pela via legislativa.

Para a comunidade internacional, todas as colônias israelenses no território ocupado da Palestina são ilegais.

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